Marinho e Pinto assume criação de novo partido

Presidente do MPT diz que faltou "transparência" por parte do Marinho e Pinto e que o partido foi uma "barriga de aluguer".

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Marinho e Pinto foi eleito nas últimas europeias pelo MPT Miguel Manso

O eurodeputado Marinho e Pinto, eleito pelo MPT, pretende criar um novo partido este ano e conta ter o processo pronto para entregar no Tribunal Constitucional até ao final de Outubro, disse nesta quinta-feira o próprio à agência Lusa.

O programa será ainda elaborado no âmbito de uma reunião de fundadores, disse Marinho e Pinto à Lusa, frisando que reúne apoiantes em todo o país, das mais variadas áreas.

Depois de aprovada a declaração de princípios e os estatutos com que se apresentará o novo partido — ainda sem nome —, serão recolhidas as assinaturas necessárias (7500) a submeter ao Tribunal Constitucional.

"Estamos a trabalhar na elaboração da declaração de princípios e do projecto de estatutos, e quando estiver concluído convocamos uma assembleia de fundadores para fazermos a aprovação", afirmou o advogado, eleito nas últimas europeias pelo Movimento Partido da Terra (MPT).

O partido, acrescentou, terá como principal objectivo "contribuir para a resolução dos graves problemas" do país. "É um partido que irá pôr os interesses dos cidadãos acima dos interesses dos agentes políticos", sublinhou. O nome será discutido e aprovado em reunião da assembleia constituinte, ainda não agendada.

O ex-bastonário da Ordem dos Advogados declarou ainda que o partido será constituído de acordo com as convicções de "um conjunto muito amplo de pessoas totalmente insatisfeitas com a situação que o país atingiu" e com o que classificou de "degenerescência das instituições democráticas e o apodrecimento que se verifica em muitas instituições da República".

São essas pessoas "inconformadas" que querem "contribuir para uma nova forma de fazer política, com mais honestidade", frisou, em declarações à Lusa por telefone.

Também à TSF, Marinho e Pinto afirmou que entende que "só com um novo partido é que se consegue contribuir para os objectivos pretendidos, contribuir para a resolução dos problemas dos portugueses, da democracia portuguesa e do próprio Estado de Direito". Questionado sobre se isso não seria possível no MPT - partido pelo qual concorreu às eleições europeias - o advogado respondeu negativamente. "Concluímos que não, eu concluí que não e, portanto, vamos avançar com um novo partido, de raiz", disse.

Surpreendido com esta decisão está o presidente do MPT, John Rosas Baker, que agora afirma que Marinho e Pinto usou o partido como "barriga de aluguer", embora nem tenha cumprido "nove meses". Rosas Baker diz mesmo que aceitou que Marinho se tornasse presidente do MPT, mas a lista entretanto apresentada excluía um nome importante para a direcção do partido. "O doutor Marinho e Pinto rejeitou a nossa proposta", afirmou.

O MPT ficou "surpreso" com o desenrolar deste processo. "Sempre pensei que houvesse diálogo e mais transparência. Aliás, ele é uma pessoa que fala muito da importância da transparência na política. Neste caso, da parte dele, infelizmente parece não ter havido", acrescentou.


 

   

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