Marco António Costa: “Estamos com ambiente de coesão interna total e absoluta”

Porta-voz do PSD não prevê "lutas palacianas" no partido.

O porta-voz do PSD afirmou na terça-feira à noite que os sociais-democratas estão com uma "coesão interna total e absoluta" e determinados em reconquistar os eleitores que não lhes deram o voto nas eleições autárquicas.

Questionado sobre eventuais "lutas palacianas" no PSD, Marco António Costa respondeu: "Não encontro no partido, em nenhum sector do partido, esse ambiente nem esse tipo de preocupação em relação ao líder do PSD. Nós estamos com um ambiente de coesão interna total e absoluta. Não vemos nenhum sinal de preocupação."

Marco António Costa falava aos jornalistas à margem da reunião do Conselho Nacional do PSD, num hotel de Lisboa.
O porta-voz do PSD considerou que os resultados das eleições autárquicas de domingo merecem "uma atenção mais detalhada", referindo os valores da abstenção, de votos brancos e nulos como "um sinal que merece ser observado".
“Estamos determinadíssimos a poder reconquistar muitos dos eleitores que de uma forma ou de outra entenderam não apoiar os nossos projectos locais", acrescentou.

Segundo Marco António Costa, contudo, a "focalização central" do PSD "é o país".

O porta-voz do PSD disse que a preocupação principal dos sociais-democratas é "garantir que Portugal cumpra o Programa de Assistência Económica e Financeira e se liberte da presença da troika em Portugal" e reiterou o apelo ao PS para que contribua "de forma mais activa" para esse objectivo.

Nestas declarações, Marco António Costa confirmou que as eleições directas para a liderança do PSD deverão realizar-se em Janeiro e o Congresso Nacional em Fevereiro.

"A razão é muito simples: temos eleições europeias a 25 de Maio, temos de entregar as listas meados de Abril, temos Congresso do Partido Popular Europeu (PPE) em Março e importa chegar ao Congresso do PPE, que irá escolher o candidato do PPE a presidente da Comissão Europeia, já com a nossa vida completamente organizada a nível interno, com as escolhas e todo o trabalho interno do PSD realizado", justificou.

"O normal seria o Congresso do PSD acontecer no mês de Março, como aconteceu há dois anos e, portanto, há uma ligeira antecipação de menos de 30 dias em função desta circunstância que eu refiro, que é o Congresso do PPE", acrescentou.

Rangel mais optimista sobre regresso aos mercados
Quanto ao resultado do PSD nas eleições autárquicas em termos nacionais, o eurodeputado Paulo Rangel considerou que o partido podia ter tido "um processo de selecção melhor", mas que a derrota é "natural" no contexto presente.

"É raro o Governo que, estando em funções durante quatro anos, não tem uma derrota nas autárquicas. E neste caso as circunstâncias são tais que até, apesar de tudo, eu acho que é perfeitamente natural. Não vejo nisso nenhum dramatismo", disse.

O eurodeputado, por outro lado, disse ter saído da reunião do Conselho Nacional do PSD mais optimista do que estava quanto ao regresso de Portugal ao financiamento nos mercados internacionais, devido às informações prestadas pelo primeiro-ministro.

Questionado se, depois de ter ouvido Pedro Passos Coelho ficou mais convencido de que Portugal conseguirá cumprir o seu programa de resgate ou mais preocupado, Paulo Rangel respondeu: "Para dizer a verdade, fiquei mais animado do que o que estava, com as informações que foram prestadas ao Conselho Nacional".

"Acho que o primeiro-ministro mostrou que há todas as condições para regressarmos aos mercados, estão quase todas. Falta o quase", completou.

Interrogado se o "quase" era o Tribunal Constitucional, o eurodeputado retorquiu: "O quase são muitas coisas, são muitas variáveis, algumas que nem dependem de nós, Portugal".

"Sob esse ponto de vista, com a informação que foi fornecida aos conselheiros nacionais, eu estou mais optimista hoje do que estava quando entrei", reforçou Paulo Rangel.

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