Marcelo revela “pegas” em Conselhos de Ministros em que Gaspar saiu derrotado

Conselheiro de Estado considera ainda que o Presidente da República falhou na mensagem comemorativa do 25 de Abril.

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Marcelo quer consensos entre esquerda e direita nas grandes questões Foto: Nuno Ferreira Santos

Marcelo Rebelo de Sousa revelou neste domingo várias “pegas” em Conselho de Ministros em que o ministro das Finanças saiu derrotado, nomeadamente para o ministro da Economia.

No seu habitual comentário na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa deu conta de várias divergências no último Conselho de Ministros. Segundo o social-democrata há ministros do PSD e do CDS, nomeadamente Paulo Portas, que não concordam com as propostas do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e que este está a perder batalhas.

Marcelo começou por dizer que, “dia sim dia não”, há Conselho de Ministros “ordinário, extraordinário e extraordinaríssimo, mal preparados e com muita discussão” e que o Governo continua a “não ter orientação política”.

Marcelo diz que já houve “grande discussão política” nessas reuniões e deu exemplos. Nomeadamente sobre o corte extraordinário do IRC para este ano e sobre o IVA de Caixa (permitir às PME pagar o IVA só depois de terem recebido dos clientes).  Marcelo disse que Gaspar tentou adiar a entrada em vigor destas duas medidas, mas foi derrotado por Álvaro Santos Pereira.

Sobre o IVA de Caixa, deu mesmo um argumento usado por Gaspar para não aplicar a medida: “Imagine-se que, às tantas, para não aplicar o IVA de Caixa, é que estava de férias um director-geral do ministério das Finanças.”

Segundo Marcelo, Passos Coelho “impacientou-se” e terá dito: “Porque o homem está de férias não se aplica o IVA de Caixa? (…) E parece que se vai aplicar.”

Para o comentador, “as pegas no Conselho de Ministros são muito simples”: Vítor Gaspar está preparar-se para ir embora do Governo, “quer sair bem no filme” e se não conseguiu vencer “a culpa é dos outros”.

Marcelo também comentou o discurso de Cavaco Silva no 25 de Abril, afirmado que o Presidente da República quis fazer “um discurso de equilíbrio, mas falhou”. “Fez um discurso que acabou por descair para o Governo. (…) Falhou. Fechou portas [a consensos] em vez de abrir.”

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