Marcelo: “Qualquer dia a RTP não vale nada”

Marcelo Rebelo de Sousa criticou neste domingo desnorte do Governo e da administração da RTP em relação ao futuro do canal público.

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Marcelo Rebelo de Sousa criticou a forma como o Governo tem tratado a RTP Nuno Ferreira Santos

Marcelo Rebelo de Sousa criticou neste domingo “o desnorte” que revelaram as “declarações contraditórias” sobre a privatização ou concessão da RTP feitas nesta semana pelo presidente do conselho da administração, Alberto da Ponte, e pelo ministro que tutela a comunicação social, Miguel Relvas.

“Eu já estou por tudo. (…) Qualquer dia a RTP não vale nada. Só se a ideia é essa, aquilo baixar tanto de valor que fique ao alcance de vários grupos, nomeadamente nacionais”, afirmou o antigo presidente do PSD no seu habitual comentário dominical na TVI.

Marcelo lembrou as declarações feitas por Alberto da Ponte e Miguel Relvas. O primeiro a falar foi o administrador, dizendo num encontro com os signatários do manifesto “Em defesa do Serviço Público de Rádio e Televisão” que a RTP manteria dois canais e três rádios. Depois veio o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares dizer que nada estava decidido. Por fim, na sexta-feira, em declarações ao semanário Sol, Alberto da Ponte já admitiu a privatização dos dois canais e Miguel Relvas dizia que o dossier ficaria resolvido até final do ano.

Marcelo Rebelo de Sousa diz, entretanto, ter recebido um fax do Sindicato das Telecomunicações de Portugal em que é afirmado que “o presidente da RTP lhes garantiu que a sua proposta ao Governo é continuar com os três canais da RTP e as três antenas, não eliminar nenhum canal ou antena” e que a resposta final “virá da tutela na segunda semana de Fevereiro de 2013”.

“Portanto não há acordo nem no prazo, nem na solução, à medida que a RTP vai baixando as audiências. Isto é a coisa mais desprestigiante que pode haver. (…) Se a ideia é privatizar ou conceder não se desvalorize mais [a RTP]”, afirmou o também Conselheiro de Estado de Cavaco Silva. 

Já sobre o polémico pedido das imagens de violência na manifestação de 14 de Novembro à RTP por parte da PSP, Marcelo diz não haver ainda certeza nenhuma. Para o comentador, não se sabe ao certo quem pediu as imagens e quem autorizou o seu visionamento na RTP.

Por isso limitou-se praticamente a dizer que os portugueses aprenderam novas palavras como “visionamento” e imagens em “bruto”.

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