Machete defende parcerias público-privadas para comércio no Mediterrâneo

Lisboa acolherá em 2014 um fórum de negócios centrado no sector das energias renováveis.

O ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu nesta quarta-feira que os sectores públicos e privados devem trabalhar em conjunto para fomentar parcerias que aumentem as trocas comerciais e o investimento no mercado de 280 milhões de pessoas do Mediterrâneo Ocidental.

Rui Machete falava na sessão inaugural do 1.º Fórum Económico do Mediterrâneo Ocidental, que reúne em Barcelona representantes dos Governos e empresários de dez países, entre os quais Portugal.

Aprofundar a cooperação empresarial entre os países do sul da Europa e os países do Magrebe é o objectivo essencial do encontro, que conta com as participações de delegações de cinco países da margem norte do Mediterrâneo — Portugal, Espanha, França, Itália e Malta — e cinco países da margem sul — Mauritânia, Argélia, Líbia, Marrocos e Tunísia.

Na sua intervenção, Machete recordou que o comércio entre os dois lados do mediterrâneo representou no ano passado 7,1% do total do comércio mundial. Em concreto, explicou, os dez países foram responsáveis por 8,8% das exportações e por 9,3% das importações mundiais, com as exportações do norte para o sul a crescerem 20% e, no sentido inverso, a aumentarem 40%.

“Estes números são animadores. É uma dinâmica que está à espera de ser reforçada. Nós temos as condições e a vontade de fazer mais e melhor”, disse, recordando que os dez representam um mercado de cerca de 280 milhões de pessoas. “Precisamos de mais parcerias, mais investimento. É essencial que os empresários dos dois lados se unam mais, através da criação de empresas mistas e de uma maior troca de experiências e know-how”, afirmou.

Lisboa será sede de novo fórum de negócios

Machete insistiu no empenho em reforçar a cooperação em vários sectores-chave como defesa, imigração, transportes, ambiente e assuntos internos, áreas em que já existem “vários exemplos de cooperação bem-sucedida”. É possível, disse, “ir mais longe”, aprofundando o diálogo em novos sectores que “podem servir como motores do crescimento económico e criação de emprego”, entre os quais educação e formação, investigação e inovação científica e tecnológica, segurança energética e segurança alimentar.

“Para estimular o crescimento económico e a criação de emprego na nossa região é essencial incentivar uma maior cooperação entre os operadores económicos — privados e públicos — dos nossos países, fomentando a criação de pequenas e médias empresas [PME] e promovendo o investimento e o comércio”, afirmou.

Para Machete, o encontro de hoje, que completa o trabalho de cooperação da União para o Mediterrâneo (UpM) e do diálogo 5+5, “é uma excelente oportunidade para promover a conciliação entre as empresas públicas e privadas” dos dez países e para “definir um quadro de cooperação reforçada e novas parcerias” para a região.

“Temos agora uma boa oportunidade para fortalecer o nosso comércio e identificar oportunidades de investimento para o desenvolvimento e crescimento económico dos dois lados do Mediterrâneo”, disse.

O chefe da diplomacia portuguesa destacou o património histórico e cultural que une os dois lados do mediterrâneo, que deve servir como base para consolidar “uma parceria única”, apostada na complementaridade e na solidariedade. Machete revelou que Lisboa acolherá em 2014 um novo fórum de negócios que se centrará especialmente no sector das energias renováveis.

 

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