Livre convida Bloco para discutir próximas legislativas

Rui Tavares confirma que partido vai debater coligações no congresso de 5 de Outubro.

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Dirigentes do Livre, no Porto Fernando Veludo / NFactos

Na ronda de diálogos pelos partidos de esquerda, o Livre já tinha garantido que não deixaria de fora o BE. Na segunda-feira o convite foi remetido por carta para uma reunião durante o mês de Setembro, que deve acontecer na sede dos bloquistas.

Esta semana, seguiram também missivas para o PS, PEV e Renovação Comunista. Até agora, só os últimos responderam afirmativamente.

O clima entre os dois partidos é tenso. Rui Tavares, fundador do partido Livre, nunca militou no BE, mas foi eleito ao Parlamento Europeu na lista dos bloquistas, em 2009, com quem rompeu dois anos depois. A troca de palavras pública entre o então líder Francisco Louçã e o deputado em Bruxelas, terminaria com Tavares sentado na bancada dos Verdes Europeus. Se desde essa altura, o ambiente político se tornou hostil, a criação do Livre veio agravar as críticas do Bloco de que é preciso unir a esquerda e não contribuir para dividi-la.

Agora, Rui Tavares confirma ao PÚBLICO que o objectivo destes encontros é a apresentação formal do Livre, o que não foi possível antes pelo facto de o partido ter sido formalizado a escassos dois meses das europeias. O ex-eurodeputado sublinha a “naturalidade” do diálogo com partidos que considera da “mesma família política". Bloco incluído.

Ricardo Alves, também dirigente do Livre, revela que na carta fica expresso que nunca, como na actual legislatura, “se regrediu tanto no Estado Social e nos direitos laborais, pelo que há uma responsabilidade especial da esquerda para as próximas eleições legislativas de 2015”. O tema fará assim parte da agenda destas reuniões.

O coordenador do BE acusou ao PÚBLICO a recepção da carta, que será discutida já esta segunda-feira na reunião da comissão política do partido. “Uma carta singela, como todas as cartas que os partidos trocam entre si”, referiu João Semedo, sem querer para já alongar-se na análise política do convite.

Já no dia 5 de Outubro, o Livre realiza o seu primeiro congresso depois da fundação. O conclave, assume Tavares, tem também “um carácter estratégico” em relação às eleições legislativas do ano que vem. “Há pressa, pressa em linhas programáticas gerais, mais do que em formatos eleitorais”, diz Rui Tavares, que assume que o tema das coligações estará em discussão e que o diálogo com a Associação Manifesto - da qual fazem parte os ex-bloquistas Ana Drago e Daniel Oliveira - prossegue a bom ritmo.

 

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