Líder do CDS: “Bancada do PS é uma excrescência" do partido

Costa disposto a negociar com oposição alterações ao modelo de recrutamento para a Administração Pública.

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Pedro Afonso de Paulo demitiu-se por não concordar com o peso que a agricultura tinha no ministério de Assunção Cristas daniel rocha/arquivo

A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, voltou ao pacote da natalidade apresentado pelos centristas e chumbado pela esquerda para questionar o primeiro-ministro sobre a posição que o PS vai assumir perante um outro pacote de medidas, desta vez sobre o envelhecimento activo.

António Costa repetiu a resposta do último debate quinzenal, defendendo a separação entre o Governo e o PS. E gracejou com as suas funções de secretário-geral socialista e chefe do Executivo: “Pensei que tinha ficado claro que quando quiser falar com o secretário-geral do PS ele vai ter consigo ao Caldas [sede do CDS], vai almoçar consigo, um peixe grelhado.” Cristas replicou: “Não tem opinião sobre envelhecimento. A bancada é uma excrescência do PS”. A frase gerou alguma indignação entre os parlamentares socialistas.

A líder do CDS puxou outro tema para o debate. Num registo de perguntas muito curtas – e que mereceram também respostas telegráficas – Assunção questionou o primeiro-ministro sobre quantas nomeações para altos cargos da administração pública já fez este Governo e quantas passaram pela Cresap, a comissão de recrutamento da administração pública. A própria centrista respondeu – foram 19 nomeações em mais de 150 – o que a levou a perguntar se há intenção de mudar o modelo de recrutamento. António Costa afirmou “não ser particularmente contrário” ao modelo encontrado pelo anterior Governo PSD/CDS, mas defendeu que tem de haver uma avaliação, sobretudo ao uso que se faz dele. “A suspeita que tenho é que o que foi feito foi um mau uso do modelo”, disse o chefe de Governo, referindo um exemplo: “Quando os cargos da Segurança Social foram partilhados entre o PSD e o CDS o problema não é do modelo mas do uso”. E lançou a possibilidade de vir a negociar com a oposição alterações ao actual sistema quando a oposição tiver “a cabeça mais fria e mais serena”. Nesta interpelação, a líder do CDS-PP já não tinha mais tempo para responder. 

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