Apoios a Costa já começam a surgir

Pedro Nuno Santos, soarista Vítor Ramalho, Edite Estrela e deputados João Galamba e José Lello defendem mudança na liderança. Presidente da concelhia do PS-Porto aplaude disponibilidade do presidente da Câmara de Lisboa.

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Pedro Nuno Santos: “Falar em alinhamentos é uma tentativa de simplificar”

Já se contam as espingardas nas hostes socialistas. O deputado e presidente da distrital socialista de Aveiro assumiu esta terça-feira estar ao lado de António Costa.

“O país precisa de um governo liderado pelo PS e de um governo com uma larga maioria. Isso só será possível com uma nova liderança e uma nova estratégia mobilizadora”, disse Pedro Nuno Santos ao PÚBLICO.

A ex-euro-deputada Edite Estrela colocou-se igualmente ao lado de Costa, invocando os resultados das Europeias. "Se por um lado os portugueses apelaram ao Presidente para tirar conclusões do resultado, também manifestaram a esperança em alterações significativas no maior partido da oposição, de modo a que se construa uma alternativa em quem possam confiar", disse ao PÚBLICO. O anúncio de Costa, acrescentou, "demonstra grande coragem política  e um grande sentido de responsabilidade perante o país e perante o PS".

Também o deputado João Galamba reagiu à notícia. “O PS precisa de mudar, chegou a hora”, escreveu na rede social Facebook. O parlamentar José Lello assumiu igualmente o seu apoio. "António Costa vai trazer um debate intenso, de esperança, que vai trazer uma alternativa consistente e ganhadora."

De forma mais subtil, também o sector soarista se colocou ao lado de António Costa. Vítor Ramalho, um socialista próximo de Mário Soares, veio a público defender a clarificação. "Se António Costa se apresenta disponível, Seguro tem de convocar um congresso extraordinário", disse o ex-deputado.

O presidente da concelhia do PS-Porto, Manuel Pizarro, aplaude a disponibilidade manifestada por António Costa e adverte para o facto de que “as razões de natureza política e a preocupação com o futuro do país têm de prevalecer sobre as motivações de natureza aparelhística”.

“A disponibilidade manifestada pelo doutor António Costa vem dar um sinal de esperança ao PS, mas sobretudo ao país. As eleições do passado domingo demonstram um enorme descontentamento para com o Governo, mas também mostram que nos últimos três anos o PS não se conseguiu afirmar como alternativa para governar o país em circunstâncias muito difíceis”, declarou.

Estes apoios foram assumidos depois da declaração de António Costa, em Lisboa. “Sinto que é meu dever corresponder àquilo que eu lancei e que eu sinto ser aquilo que os socialistas e muitos cidadãos que, não sendo socialistas, acham que eu posso e tenho o dever de dar ao país”, disse depois de uma cerimónia de homenagem a Maria José Nogueira Pinto.

Manuel Pizarro aponta a capacidade de António Costa à frente da Câmara de Lisboa para dizer que o país precisa de uma alternativa de desenvolvimento e de solidariedade”.

 “O doutor António Costa mostrou na governação municipal de Lisboa que é capaz de liderar um projecto de modernidade que agrupa largos sectores do centro esquerda e da esquerda, que são indispensáveis para que o PS possa vencer e, sobretudo, para que possa construir uma alternativa de desenvolvimento e de solidariedade de que os portugueses tanto necessitam”, disse.

Para Manuel Pizarro, o presidente da Câmara de Lisboa “revela uma grande coragem e uma grande determinação”. “Não tenho nenhuma dúvida de que muitos milhares de portugueses vão acompanhar este processo com esperança no futuro que é aquilo que mais falta faz hoje.”

Sobre a forma como a batalha pela liderança vai ser decorrer, tendo em conta que a última revisão estutáriado PS blindou a disputa para os cargos de direcção, ao associar a eleição para os órgãos nacionais internos às eleições legislativas, Pizarro avisa que as “razões de natureza política e a preocupação com o futuro do país têm de prevalecer sobre as motivações de natureza aparelhística”.

 “Seria a primeira vez que na história do PS, em circunstância de gravidade similar a esta, seria vedado aos militantes a oportunidade de se pronunciarem sobre o futuro do partido, sendo certo que nestas circunstâncias mais ainda do que o futuro do PS está em causa um projecto para Portugal.”

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