Os jornalistas residentes e colaboradores regionais da Lusa manifestaram-se "estupefactos" com a decisão do Conselho de Administração de destituir o director de informação e o momento da mesma, pedindo explicações sobre os motivos.

 "Os jornalistas-residentes e colaboradores regionais da Agência Lusa, espalhados pelo país e abaixo-assinados, manifestam-se estupefactos pela decisão do Conselho de Administração e o timing da mesma e querem ser esclarecidos sobre os seus motivos", referem numa posição conjunta a que o PÚBLICO teve acesso, intitulada "Todos precisamos de explicações!".

Na nota, os jornalistas defendem que a actual direcção de informação -- liderada por Fernando Paula Brito, Nuno Simas e Ricardo Jorge Pinto -- "manifestou sempre especial atenção, a todos os níveis, para com os problemas e ansiedades de quem trabalha, dia-a-dia, sozinho, por esse país fora".

"Fê-lo, tantas vezes, presencialmente ou através da cadeia hierárquica, em iniciativas destinadas a avaliar as necessidades dos jornalistas e do serviço da Agência, para que fosse possível melhorar, sempre, a cobertura noticiosa da Lusa apesar da conjuntura adversa em termos económicos e financeiros", escrevem.

A direcção de informação da Lusa demitiu-se na quarta-feira, depois de o Conselho de Administração da agência ter decidido afastar o director de informação, Fernando Paula Brito, em funções desde 2011 (pouco depois das eleições legislativas), o que se deverá concretizar logo a seguir ao acto eleitoral de 4 de Outubro.

Os 35 signatários manifestam-se solidários para com Fernando Paula Brito, Ricardo Jorge Pinto e Nuno Simas, à semelhança do que fizeram na quarta-feira os editores e editores-adjuntos da agência.

A presidente do Conselho de Administração da Lusa explicou que o afastamento do director de informação surge no âmbito da reorganização da agência, que pretende alguém com mais experiência de gestão no cargo, rejeitando qualquer intervenção da tutela.

A presidente do Conselho de Administração da Lusa, Teresa Marques, explicou que o director de informação tem hoje que "ter outros requisitos em termos de experiência de gestão e controlo orçamental que antes não eram tão vistos na função de director de informação, porque era uma função mais editorial".

O jornalista Pedro Camacho, afastado da direcção da revista Visão em Junho, foi o nome escolhido pela administração para suceder a Fernando Paula Brito.