Em ano de eleições regionais açorianas, a escolha do arquipélago para a realização das jornadas parlamentares do PS, que arrancaram sábado e terminam esta segunda com a presença de António Costa, não é inocente.

Na projecção das jornadas, o líder parlamentar Carlos César, admitiu que o combate eleitoral açoriano, onde os socialistas são governo desde 1996, foi uma das razões para a escolha de São Miguel como palco dos trabalhos. “O PS quer demonstrar apoio aos seus camaradas açorianos”, disse Carlos César, que este domingo regressou ao Palácio de Sant’Ana para repetir, junto do seu sucessor na presidência do executivo açoriano, Vasco Cordeiro, o empenho e solidariedade do partido com os Açores.

A crise, contextualizou Carlos César, chegou mais tarde aos Açores e vai, fruto do desempenho do governo regional açoriano, partir mais cedo. “Foi isso que quisemos transmitir, reafirmando a nossa disponibilidade de apoio, tal como fizemos no Orçamento de 2016, para no Orçamento de 2017 continuar a defender, com todo o vigor, o que entendemos ser justo que uma região autónoma como a dos Açores disponha no plano nacional”, explicou Carlos César, sublinhando o “excelente momento” no relacionamento entre os dois governos.

Uma narrativa aceite por Vasco Cordeiro. O presidente do governo regional reconhece que o facto de César ser açoriano facilita o relacionamento entre Lisboa e São Miguel. Mas, acrescenta, é importante que os deputados socialistas conheçam de perto a realidade do arquipélago.

Foi isso que os parlamentares fizeram nos primeiros dois dias das jornadas, que tem a ‘Autonomia, factor de desenvolvimento’ como pano de fundo, e vai debruçar-se na temática do mar, agricultura e turismo.

Além de António Costa marcam presença nos Açores o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e três secretários de Estado: José Apolinário (Pescas), Ana Mendes Godinho (Turismo ) e Luís Vieira(Agricultura).