João Soares denuncia “campanha anti-Seguro”

Dirigentes socialistas saem em defesa do secretário-geral do PS. Ex-presidente da Câmara de Lisboa critica "preconceito aristocrático e reaccionário" contra Seguro.

O deputado socialista e ex-presidente da Câmara de Lisboa João Soares reagiu esta sexta-feira, na rede social Facebook, ao ambiente de pressão e contestação interna a um hipotético acordo para o “compromisso de salvação nacional” pedido pelo Presidente da República.

Lembrando o facto de os órgãos internos do partido não terem tido a oportunidade de se pronunciarem aquando do memorando da troika, congratula-se por desta vez a direcção estar disposta a os ouvir. E por isso envia um recado para o PS.

“A primeira nota que gostava de aqui deixar tem que ver com a campanha/preconceito antiactual direcção do PS, anti-secretário-geral António José Seguro. É, na minha opinião, um preconceito de natureza aristocrática, portanto reaccionária, sem nenhuma relação com uma avaliação concreta do trabalho e das condições em que o trabalho dele tem sido realizado.”

Depois, o seu post toma partido em relação às negociações. Reconhecendo a demora da iniciativa presidencial e a má vontade da maioria durante os últimos dois anos, admitiu as vantagens de um acordo: “Mas lá que um eventual compromisso político seria desejável nas actuais circunstancias de dificuldade extrema, na minha opinião, seria.”

O filho de Mário Soares – que esta semana afirmou ao PÚBLICO que um acordo poderia provocar uma “cisão” no PS – manifestou ainda a sua confiança em Seguro e na sua direcção. “Tenho a certeza de que não nos proporão um eventual acordo em que não estejam salvaguardados claramente os valores essenciais do modelo social europeu, do nosso projecto político de socialistas e até da independência da nossa pátria.”

Também José Junqueiro, vice-presidente da bancada socialista e candidato autárquico a Viseu, comentou o processo, enviando um alerta. “Quem como eu anda em campanha autárquica e sente o pulsar das pessoas tem obrigação de alertar para a fadiga política que se apoderou delas. Apenas querem respostas e não faz-de-conta. São muitas as que não têm emprego, nem dinheiro. E muitas são as que viram já partir os seus para outros destinos. Isto não se aguenta. Sobretudo se o resultado final não for claro ou uma qualquer coisa a fingir. Respostas, as pessoas querem respostas.”
 
 

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