Jerónimo de Sousa considera que seria justa tributação dos lucros das petrolíferas

Líder do PCP criticou o aumento de impostos indirectos

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Para Jerónimo de Sousa as medidas aprovadas na cimeira terão um "alcance residual" na economia portuguesa. Nuno Ferreira Santos

O secretário-geral do PCP disse nesta sexta-feira, em Santarém, que o seu partido é a favor do aumento dos impostos “a quem mais tem e quem mais ganha”, considerando que “seria justo” a tributação dos lucros das petrolíferas.

“Anda aí uma campanha grande, acusando o actual Governo de aumentar os impostos, nunca explicando que somos a favor do aumento dos impostos a quem mais tem e quem mais ganha e pela diminuição a quem menos tem e menos ganha”, disse Jerónimo de Sousa num comício que reuniu mais de 200 pessoas na antiga Escola Prática de Cavalaria, em Santarém.

Jerónimo de Sousa criticou o aumento de impostos indirectos, como o que incide sobre os combustíveis, defendendo que “seria justo e adequado” a tributação “não dos consumidores, mas sim das grandes empresas de refinação e distribuição de combustíveis”, apontando o lucro líquido de 639 milhões de euros (mais 71,5% que no período homólogo de 2014) anunciado esta semana pela Galp.

“Sim, camaradas, o que seria mais adequado, era, em vez de ir aos bolsos dos consumidores e empresas, confrontar directamente a Galp, a Repsol, a BP e outras grandes empresas tributando-as de forma adequada nos seus lucros e actividade”, disse.

Elencando os “avanços e progressos” conseguidos com o novo Governo, o líder comunista sublinhou que o Orçamento do Estado “não é o Orçamento do PCP, mas do Governo PS”, prometendo “trabalhar” para concretizar na especialidade um conjunto de matérias que não foi possível concretizar na proposta de Orçamento.

Jerónimo de Sousa referiu, nomeadamente, o congelamento do valor das propinas, a introdução progressiva da gratuitidade dos manuais escolares, a melhoria do subsídio social de desemprego, a redução da taxa máxima do IMI.

“De uma coisa podem todos estar certos: nós não nos desviaremos do caminho traçado, apoiando o que servir os trabalhadores, o povo e o país e não apoiando o que for negativo”, acrescentou.

Num longo discurso, Jerónimo de Sousa explicou o fraco resultado do candidato apoiado pelo PCP, Edgar Silva, nas eleições presidenciais com o “panorama mediático desigual” e com a “pressa” de “muitos patriotas” que votaram em Sampaio da Nóvoa, dando origem a “deturpação de leituras dos resultados”.

Referiu a alteração da “correlação de forças” no parlamento, que permitiu “avançar já com medidas positivas de reposição de direitos e rendimentos extorquidos nestes anos de PEC e de troika”.

O líder comunista criticou as “ameaças veladas do senhor ministro das finanças alemão e do presidente do Eurogrupo” e “as novas medidas ditas de austeridade que já exigem e que anunciam para serem consideradas para Abril”.

“Na verdade, ainda nem sequer está aprovado o Orçamento de 2016 na Assembleia da República, já estão a impor um Plano B de regressão social e de empobrecimento nacional”, afirmou, reafirmando “a necessidade de dar força a uma política de efectiva ruptura com os constrangimentos externos que atam o país de pés e mãos”.

 

 

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