Jerónimo de Sousa compara a economia e o emprego em Portugal ao “yo-yo”

As “pressões” sobre a Grécia foram recordadas pelo líder comunista para lembrar que “é no povo que reside a nossa soberania”.

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Jerónimo participou neste sábado num encontro da CDU em Lisboa Enric Vives-Rubio

O secretário-geral do PCP esteve esta tarde em Beja para apresentar o cabeça de lista da CDU às próximas eleições legislativas e para dizer aos militantes do seu partido que “têm de ser mais atrevidos” na luta pela conquista de “mais votos e mais deputados”.

O líder comunista realçou a “política de tragédia” que tem “dolorosamente marcado a vida dos portugueses, lembrando que entre 2009 e 2014 o país perdeu “mais de 470 mil postos de trabalho” e o desemprego “em sentido lato” afecta 1200 milhão de pessoas.

Apesar destes números que dão uma das mais duras dimensões da “tragédia”, “o Governo vem dizer que o país está a dar a volta”, salienta Jerónimo de Sousa, frisando que esta afirmação é desmentida pelos dados do Instituto Nacional de Estatística, quando diz que nos últimos quatro anos “abandonaram o país cerca de meio milhão de portugueses e que no ano 2014 anunciado como ano da recuperação, foram batidos todos os records da emigração”.

Os números apresentados pelo Governo relativos à recuperação da economia e emprego “não passam de propaganda” acentua o dirigente comunista, comparando os dados do desemprego e da economia a uma “brincadeira de crianças: o yo-yo. Vai acima, vai abaixo, mas no essencial tudo continua no mesmo sítio”. A prová-lo, refere o líder do PCP, estão os dados do subsídio de desemprego, um apoio que “é para cada vez menos e menos para aqueles que o recebem”.

A situação da Grécia não foi esquecida na sua intervenção para recordar como funcionam “os instrumentos de chantagem e pressão” impostos pelos países “mais ricos e poderosos”. Recordou a este propósito a actuação “desavergonhada” do Governo aliado ao Presidente da República que se “encostaram aos poderosos e não ao povo grego” que luta pelo ”seu direito à soberania e para ter uma vida melhor” vinca Jerónimo de Sousa.

A solidariedade e a coesão na União Europeia “não passa de conversa fiada que nunca existiu”, prossegue o dirigente comunista. “Em nome da nossa soberania, é bom fazer lembrar aos mandantes da União Europeia que a nossa Constituição consagra que é no povo que reside a soberania e não em qualquer outra entidade”.

O PS também não passou no escrutínio do líder comunista: No essencial “mantém os mesmos objectivos da coligação PSD/CDS apenas com pequenas mudanças de ritmo” destacou.

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