Jerónimo considera eleições internas no PS "espectáculo pouco recomendável"

Líder do PCP distribui críticas no caso BES. “Um Presidente da Republica calado, um PS mais ou menos ajeitado, um Governo a sacudir a água do capote".

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Enric Vives-Rubio

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou este sábado “pouco recomendável” a forma como estão a decorrer as eleições internas no PS, acusando os dois candidatos à liderança socialista de defenderem políticas de direita.

"De repente, agora, com dois candidatos à liderança, um espectáculo que se diga pouco recomendável, mas que nós não nos queremos meter, nós bem procuramos descobrir as diferenças entre Costa e Seguro, mas no essencial aquilo que verificamos é que há diferenças de estilos e de modos”, disse.

Para Jerónimo de Sousa, que falava durante um almoço convívio com militantes e simpatizantes do PCP, em Benavila, no concelho de Avis (Portalegre), os dois candidatos do PS “não defendem” o que considera ser “fundamental” para o país, nomeadamente uma” ruptura” com a política de direita, a favor de uma “política patriótica e de esquerda”.

“Nem Seguro, nem Costa defendem essa rutura e essa mudança necessária para o país”, sublinhou.

O líder comunista acusou ainda PSD e CDS de estarem “submetidos” às grandes potências, ao serviço do grande capital, defendendo que existe uma “política alternativa” para o país.

"Um Presidente calado"
Um Presidente da República calado, um PS mais ou menos ajeitado, um Governo a sacudir a água do capote, como se a culpa fosse apenas de um banqueiro ou de uma família. Não é não”, disse.O secretário-geral do PCP voltou a considerar  que a situação no BES foi provocada pelo “sistema capitalista e financeiro”, lamentando a atitude do Presidente da República, do Governo e do PS em redor desta matéria.

“Um Presidente da Republica calado, um PS mais ou menos ajeitado, um Governo a sacudir a água do capote, como se a culpa fosse apenas de um banqueiro ou de uma família. Não é não”, disse.

“A culpa é do sistema capitalista, do sistema financeiro que em bom tempo ganham fortunas abissais, mas quando se trata das dificuldades pensam que o Estado é que tem que resolver”, acrescentou.

“O mesmo Governo que está a procurar novos aumentos de impostos, cortar mais salários, cortar nas pensões, em relação ao BES, a primeira coisa que fez, com a capa, com o biombo do Banco de Portugal, foi disponibilizar 4,4 mil milhões de euros para acudir àquele buraco, àquela situação de jogatana, de safismo dos seus acionistas e responsáveis”, declarou.

“Enquanto existiram lucros, o Estado não se meteu, quando começou a haver buracos e prejuízos “Aqui d´El Rei”, é preciso o Estado intervir com esses 4,4 mil milhões de euros”, sublinhou.

Jerónimo de Sousa quer que a questão em redor do BES seja “esclarecida”, lamentando que os portugueses sejam confrontados frequentemente com escândalos financeiros.

“Isto é vida para um país, isto é vida para um povo em cada mês que passa ser confrontado com um escândalo, com uma roubalheira, com o negocismo”, questionou.


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