Jerónimo considera contratação de Portas eticamente inaceitável

Líder do PCP diz que "à mulher de César não basta ser, é preciso parecer."

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Líder do PCP não está disponível para aprovar mais impostos para suportar o Estado social, apenas para taxar o capital Enric Vives-Rubio

O secretário-geral do PCP disse esta quinta-feira à Lusa, em Lisboa, que a contratação do ex-vice-primeiro-ministro Paulo Portas pelo grupo Mota-Engil é eticamente inaceitável.<_o3a_p>

“Considero que [a contratação] pode ser legítima e pode ser legal, mas convenhamos que, no plano ético, é difícil de aceitar”, disse Jerónimo de Sousa, depois de questionado pela agência Lusa sobre a recente entrada do ex-vice-primeiro-ministro Paulo Portas no grupo construtor Mota Engil. <_o3a_p>

Para o secretário-geral do PCP a questão ética deve ser sublinhada e recordou que os comunistas já apresentaram várias propostas de regulação sobre esta matéria na Assembleia da República.<_o3a_p>

“Nessa área, nós já apresentamos, no passado recente, várias iniciativas que não tiveram vencimento. Mas, insisto, não basta legitimidade, não basta legalidade porque à mulher de César não basta ser, é preciso parecer. Neste caso a questão ética está colocada”, acrescentou.<_o3a_p>

Paulo Portas, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, da Defesa e ex-vice-primeiro-ministro, vai apoiar a Mota-Engil na internacionalização e criação de um conselho estratégico para a América Latina, disse na segunda-feira o presidente do Conselho de Administração do grupo construtor, António Mota.<_o3a_p>

"O doutor Paulo Portas entrará como consultor e o objectivo é apoiar-nos na internacionalização, com grande incidência na América Latina, mas também para outros mercados onde a Mota-Engil ainda não está presente", afirmou António Mota, quando questionado pela Lusa sobre quais as funções que o ex-vice-primeiro-ministro do Governo liderado por Pedro Passos Coelho iria exercer.<_o3a_p>

O responsável e accionista do grupo adiantou que Paulo Portas vai criar um conselho estratégico dentro da Mota-Engil para a América Latina, que será composto por elementos do grupo e por pessoas dos países onde a empresa já está presente, como é o caso do México, Colômbia, Peru e Brasil.<_o3a_p>

A Mota-Engil marca actualmente presença em 22 países, repartidos por três áreas geográficas: Europa, África e América Latina, segundo a informação disponível na página do grupo na internet.<_o3a_p>

O lucro da Mota-Engil disparou para 64 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, um crescimento face aos 3,4 milhões de euros do período homólogo de 2015.<_o3a_p>

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