Henrique Neto critica "incapacidade dos partidos" na Segurança Social

Candidato a candidato à Presidência da República, mostra-se "aflito" com a "falta de imaginação" de Maria Luís Albuquerque e considera redução da TSU proposta pelo PS "um acto criminoso".

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Rui Gaudêncio

O candidato presidencial Henrique Neto criticou esta quinta-feira tanto a opção de cortar 600 milhões de euros nas pensões da Segurança Social, avançada pela ministra das Finanças, como a redução da TSU proposta pelo PS, do qual é militante. Demonstra a "incapacidade dos partidos em terem ideias claras", afirmou.

Em conferência de imprensa na sua sede de candidatura, o candidato referiu que lhe causa “aflição” o facto de Maria Luís Albuquerque não ter encontrado alternativas ao financiamento necessário de 600 milhões que não fosse no trabalho. “Demonstra uma grande falta de imaginação”, apontou Henrique Neto.

As críticas do candidato a candidato a Belém estenderam-se também à proposta veiculada no projecto de programa apresentado pelo PS referente à redução da TSU, uma vez que considera “um acto criminoso” qualquer medida que “implique a redução dos rendimentos da Segurança Social”. Mencionou a intenção da redução da TSU como uma “das mais negativas” medidas no programa do Partido Socialista, mas essa não é única.

Para o Henrique Neto, levar a aprovação dos grandes investimentos a votação na Assembleia da República é, sobretudo, “uma precaução contra a asneira”. Questionou o que leva um partido político a propor que sejam precisos três quartos dos votos no Parlamento para justificar se um projecto de investimento é bom ou mau. “Um investimento tem ser baseado numa estratégia, no que o país quer fazer com ele quais os objectivos que vão ser atingidos, analisando o custo-benefício para as pessoas e a economia”, defende o empresário.

Realçou, no entanto, que também existem propostas positivas no programa do PS, nomeadamente o “desejo do crescimento económico, o desejo de criação de empregos e o facto de afirmarem que não haver mais cortes no rendimento do trabalho”.

Henrique Neto acusou o Governo e partidos da oposição de falta de estratégia e considera que as medidas aplicadas pelos diversos Executivos ao longo dos anos são “contraditórias e um desperdício de recursos”. O ex-deputado socialista afirmou que “não é normal num país democrático e europeu que os governantes não sejam obrigados a explicar as suas decisões”. Defendeu que isso só acontece porque “eles [governantes] sabem que têm no bolso os deputados da nação”, assim como “muitas das instituições que criaram dependências económicas e financeiras”.

Na opinião do empresário, os candidatos às próximas eleições legislativas não vão alterar o “bloqueio político e económico”. Frisou que, caso seja eleito Presidente da República, “será intransigente com qualquer Governo que se esqueça das suas promessas eleitorais” e alertou que é seu dever ajudar os Portugueses a serem bem informados pelos partidos políticos acerca dos seus programas eleitorais.

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