Governo concorda com fim da acumulação de pensões e salários de ex-políticos

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Muitos dos ex-políticos que recebem do privado foram deputados Nuno Ferreira Santos

O Governo concorda com o corte das subvenções vitalícias aos políticos que recebam ordenados do sector privado, segundo confirmou ao PÚBLICO uma fonte do Executivo.

A proposta para o corte vai ser avançada pelos partidos da maioria parlamentar, PSD e CDS-PP, segundo revela esta segunda-feira o “Diário de Notícias”, depois de ser tornada pública uma lista de diversos políticos que acumulam ordenados do sector privado com a uma subvenção vitalícia prevista por lei para quem deixou de ter cargos políticos.

Para os ex-políticos que recebam salário do sector público, esta acumulação já não é permitida.

Esta alteração deverá acontecer durante a discussão na especialidade do Orçamento do Estado (OE) para 2012, numa altura em que só os partidos podem alterar o documento. PSD e CDS-PP já mostraram disponibilidade para acabar com a acumulação, que conta com a concordância do Governo. “É para avançar”, disse ao PÚBLICO fonte do Governo.

Da lista constam vários políticos que foram deputados e tiveram cargos de destaque em diversos governos e que acumulam a pensão vitalícia com ordenados de empresas privadas. Muitos deles exercem funções como administradores de empresas.

Alguns exemplos: Jorge Coelho, do PS e actual presidente da Comissão Executiva da Mota-Engil, recebe 2400 euros mensais de pensão; Armado Vara, PS e presidente da Camargo Correia, aufere 2000 euros; António Vitorino, PS e advogado, recebe 2000 euros; Ângelo Correia, PSD e presidente do grupo Fomentinvest, aufere 2200 euros; Álvaro Barreto, PSD e com funções executivas em diversas empresas, recebe 3400 euros; Dias Loureiro, PSD e gestor de empresas, aufere 1700 euros; Duarte Lima, PSD e advogado, tem uma pensão de 2200 euros; Zita Seabra, PSD e presidente da Alêtheia Editores, tem uma pensão de 3000 euros; Ferreira do Amaral, PSD e administrador da Lusoponte, tem 3000 euros; Rui Gomes da Silva, PSD e vice-presidente do Benfica, recebe 2100 euros e Bagão Félix, ex-ministro das Finanças indicado pelo CDS-PP e professor universitário, tem uma pensão de 1000 euros.

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