Garcia Pereira apresenta demissão do PCTP/MRPP
O histórico militante justifica a decisão devido a “ataques pessoais e imputações infamantes” de que foi alvo. Garcia e mais quatro militantes foram considerados culpados pela descida da votação do partido, que mesmo sem eleger deputados vai receber 170 mil euros por ano.
O advogado Garcia Pereira anunciou esta quarta-feira que apresentou a demissão do PCTP/MRPP, depois de ter sido suspenso do Comité Permanente do Comité Central, alegando ataques pessoais.
"Informo que, embora com uma enorme mágoa, mas também com a firme convicção de que a História não nos deixará de julgar a todos, me vi constrangido, como única alternativa com um mínimo de dignidade, a apresentar, no passado dia 18 de Novembro, a minha demissão", refere em comunicado.
Na mesma nota, Garcia Pereira justificou a decisão com os "permanentes ataques pessoais e imputações infamantes de toda a ordem, sem qualquer possibilidade de debate", que estão a ser feitos contra si no jornal do partido na internet. Porém, Garcia Pereira sublinha que não vai prestar mais declarações ou informações sobre o assunto.
O PCTP/MRPP anunciou no passado dia 14 de Outubro a suspensão de Luís Franco do cargo de secretário-geral do partido, juntamente com quatro elementos do Comité Permanente do Comité Central, por serem considerados os "principais responsáveis" pela derrota nas legislativas, mas recusou-se a identificar esses militantes.
Nas eleições legislativas de 4 de Outubro o partido não alcançou os votos suficientes para eleger deputados e baixou mesmo o número de votos, o que implicou a redução da sua subvenção anual – ainda assim, mesmo sem qualquer eleito, vai receber anualmente 170 mil euros por ano pelos quase 60 mil votos que obteve (59.812 apenas em território nacional).