Galamba acusa Costa de ser conivente com o pagamento de quotas "em massa"

Candidato à liderança da FAUL socialista dispara sobre o adversário de Seguro nas primárias, acusando-o de se conformar com “golpadas democráticas” e de não se preocupar com a proveniência do dinheiro do pagamento das quotas.

Foto
António Galamba acusou o Governo de incapacidade para gerar consensos Daniel Rocha

António Galamba, candidato à Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, denunciou esta terça-feira o “pagamento [de quotas] a militantes em massa inscritos na mesma morada” naquela estrutura partidária e revela que “há um caso de 17 militantes no mesmo domicílio”.

Num longo comunicado, António Galamba refere que “na FAUL há militantes com medo em participar, há pagamentos a militantes em massa inscritos na mesma morada e bloqueios ao pluralismo, mas sobre isso o dr. António Costa nada diz, porque lhe convém politicamente”.

Apoiante de António José Seguro no duelo das eleições primárias de 28 de Setembro, Galamba não poupa o presidente da Câmara de Lisboa e acusa-o de se conformar “com a existência de várias estruturas com mais de cinco militantes com nomes diferentes na mesma residência, sem serem familiares, na secção de Lisboa Oriental, em Santo António dos Cavaleiros, na Pontinha, em Lousa, nos Olivais, em Odivelas, na Póvoa de Santo Adrião, no Olival de Basto, em Moscavide, em Sacavém". E afirma que "há mesmo um caso de 17 militantes no mesmo domicílio".

“ [António Costa] conforma-se com o pagamento massivo de quotas de militantes sem participação política regular por responsáveis de estruturas sem se preocupar com a origem do dinheiro. Convive bem com a existência de militantes que estão na posse das quotas de militantes que estão domiciliados na sua residência mas não moram nessa localização”.

O PÚBLICO contactou várias vezes Marcos Perestrello, líder da FAUL e apoiante de António Costa, mas sem sucesso. No entanto, à agência Lusa o recandidato à Federação da Área Urbana de Lisboa declarou não querer responder às acusações, porque quer "proteger o PS de falsas dramatizações que só prejudicam o partido"."Faço campanha eleitoral pela positiva, afirmando um projecto e propostas políticas para fortalecer o PS e não levantando calúnias e falsidades em desespero de causa", acrescentou, escusando-se a fazer mais comentários.

No comunicado, intitulado “as golpadas democráticas”, o secretário nacional do partido sublinha que o adversário de Seguro "convive bem com o facto da candidatura de Marcos Perestrello enviar toda a comunicação eleitoral com os militantes a partir de um IP e um servidor oficial do PS-FAUL".

Ao mesmo tempo, acusa o autarca lisboeta de ignorar que “há juntas de freguesia de Lisboa em que durante a noite, como que por magia, surgem nos balcões internos de atendimento à população fichas de inscrição como simpatizante".

Para Galamba,  António Costa "convive bem com a existência de centenas de militantes em 'regime de militância mortos-vivos'", que "não têm participação política regular, só regressam à participação nos momentos eleitorais, depois de lhes pagarem as quotas".

Acusando a actual maioria da FAUL de “falta de cultura democrática”, o secretário nacional do PS diz que liderança de Marcos Perestrello "é arrogante e prepotente que não olha a meios para atingir os fins”.

Este mês, os militantes socialistas vão duas vezes a votos. A primeira é já este fim-de-semana, altura em que se realizam as eleições federativas, e a segunda é no dia 28. Para esse dias estão marcadas as eleições primárias para a escolha do candidato socialista a primeiro-ministro, que será feita entre António José Seguro e António Costa.

 

Sugerir correcção
Comentar