"Futuro de Portugal passa por Angola" e vice-versa, defende ministro da Economia

Álvaro Santos Pereira defende que há uma parceria estratégica entre os dois países.

Foto
Santos Pereira diz que "o sucesso do turismo nacional é o sinónimo da prosperidade económica" Foto: Enric Vives-Rubio

O ministro da Economia defendeu esta quarta-feira que “grande parte do futuro de Portugal passa por Angola e Moçambique”, assim como o futuro destes países passa por Portugal.

Álvaro Santos Pereira respondia assim indirectamente à polémica criada esta quarta-feira por um editorial do Jornal de Angola que defende o fim dos investimentos angolanos em Portugal. O ministro recusou comentar o conteúdo do texto, afirmando que também não comenta editoriais de órgãos de comunicação social em Portugal.

O governante preferiu acentuar a “reciprocidade” das relações, que, aliás, devem ser “estimuladas”: “É fundamental perceber que existe uma parceria estratégica entre os dois países e que os investimentos possam fluir de um lado para o outro”. E, numa tentativa de apaziguamento da situação, acrescentou: “Temos que fazer tudo ao alcance dos dois Governos [para estimular esse relacionamento]”.

À saída de uma conferência organizada pela JSD para debater a reforma do Estado, o ministro contou que ainda ontem e anteontem esteve num fórum em Londres onde, entre outros contactos, debateu as potenciais sinergias a desenvolver entre Portugal e países de língua oficial portuguesa. A conclusão de Santos Pereira é óbvia: “Grande parte do nosso futuro passa por Angola e Moçambique, assim como o futuro de Angola e Moçambique passa por Portugal.” Mas as expectativas do ministro não ficam por aqui. O governante diz mesmo que Portugal pode ser a “plataforma dos investimentos angolanos na Europa”, tal como Angola pode servir de “plataforma dos investimentos portugueses em África”.

No texto do Jornal de Angola desta quarta-feira, o director, José Ribeiro, parte do princípio de que “as elites portuguesas, corruptas, decididamente não querem nada com os investidores angolanos”, e por isso, estes devem retaliar. “Vai sendo tempo de respondermos na mesma moeda”, defende o responsável editorial do órgão de capital estatal, acrescentando que “um país que valoriza lixo humano como se fosse oiro de lei não tem condições para receber um euro sequer de investimento. Quem promove bandidos a heróis não é de confiança.”
 
 

Sugerir correcção
Comentar