Francisco Louçã ataca Câmara de Lisboa por atribuir chave da cidade a Durão Barroso

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Louça acusa Durão barroso de ter roubado o direito de voto sobre o Tratado de Lisboa aos portugueses Daniel Rocha

O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, atacou hoje a Câmara de Lisboa por entregar ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, a chave da cidade, lembrando o apoio ex-primeiro-ministro à guerra do Iraque.

As palavras de Francisco Louçã foram proferidas na intervenção de encerramento da festa do Bloco de Esquerda que assinalou os 40 anos da revolta de Maio de 68.

Durão Barroso recebeu sexta-feira a chave da cidade da Câmara Municipal de Lisboa, cerimónia da qual estiveram ausentes em protesto a CDU, o vereador independente do Bloco de Esquerda, Sá Fernandes, e o movimento independente liderado por Helena Roseta.

"Para que se oferece uma chave da cidade a uma pessoa que não se quer cá dentro", perguntou Francisco Louçã, motivando uma prolongada salva de palmas de centenas de apoiantes do Bloco de Esquerda.

Francisco Louçã mostrou-se também perplexo com a "cara de pau" com que Durão Barroso se dirigiu nessa cerimónia ao primeiro-ministro, José Sócrates, questionando-o se o podia tratar por "companheiro ou camarada".

"Aquela cerimónia tratou-se da comemoração da vitória daqueles que fizeram impor o Tratado de Lisboa da União Europeia, cujo direito de voto foi roubado aos portugueses", declarou, já depois de ter frisado a responsabilidade do ex-primeiro-ministro português na Cimeira dos Açores de 2003, que esteve na origem da intervenção anglo-americana no Iraque.

Francisco Louça apresentou-se também indignado com o teor de uma entrevista esta semana concedida pelo ministro adjunto angolano, Aguinaldo Jaime, sobre o fenómeno da corrupção em Angola.

Segundo o líder do Bloco de Esquerda, nessas declarações, o ministro angolano "reconhece que a acumulação primitiva de capital" no seu país "se faz também pela via da corrupção".

Em matéria de negócios com o regime de Luanda, Louça deixou ainda palavras duras em relação ao Banco Espírito Santo (BES).

"É espantoso como o BES se retractou [das acusações de Bob Geldoff sobre corrupção em Angola]. Na realidade, o BES cuida bem dos seus", comentou, usando a ironia.

PMF.

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