Fora de tempo e pouco consensual

A proposta de António José Seguro para as primárias foi um tiro certeiro, a julgar pelos 150 mil simpatizantes inscritos. Com o mesmo argumento de aproximar a política dos cidadãos, o secretário-geral do PS veio agora apresentar uma proposta de revisão da lei eleitoral que implica a redução do número de deputados de 230 para 181, bem como a introdução do voto preferencial do eleitor em relação ao deputado.

Foi um tiro ao lado. O timing e o calendário de Seguro são péssimos para um assunto que exige um consenso de, pelo menos, dois terços do Parlamento. Primeiro, porque nem sequer é consensual dentro do próprio PS, o que é natural, dada a actual disputa pela liderança. E, sem consensos, dentro e fora do partido, também é bizarro tentar fazer uma alteração estrutural à lei eleitoral, e que pode afectar a representatividade dos pequenos partidos, quando estamos na recta final da legislatura.
 

  



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