Ferreira Leite espera ouvir alguma matriz social-democrata no congresso do PSD

Referendo à co-adopção e adopção foi uma "manobra política" do PSD. E os apelos para o consenso feitos por Passos Coelho ao PSD não são para ser levados a sério.

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Daniel Rocha

Manuela Ferreira Leite não vai ao XXXV Congresso do PSD que arranca nesta sexta-feira no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Mas irá acompanhar com “muita atenção” pela comunicação social os trabalhos dos sociais-democratas. Até porque tem a expectativa de ouvir "alguma matriz social-democrata".

No seu comentário semanal na TVI24, nesta quinta-feira à noite, Ferreira Leite fez votos de que haja “alguma matriz social-democrata” nos discursos que se irão ouvir no palco do Coliseu e que o conclave seja capaz de se lembrar de todas as pessoas que “não entram neste pacote de crescimento do país só para alguns”.

Ferreira Leite comentou ainda o chumbo do Tribunal Constitucional ao referendo à co-adopção e adopção por casais do mesmo sexo. E recorreu mesmo à expressão utilizada pela oposição para classificar a proposta de referendo da autoria do PSD. “Uma manobra política” que era “absolutamente escusada”, disse. Agora, acrescentou Ferreira Leite, “não deviam insistir” na consulta popular.

Brincar ao consenso
A actuação do Governo e o décimo relatório do FMI, divulgado esta semana, também estiveram na mira da análise da ex-ministra das Finanças. Ferreira Leite defendeu que o único benefício que decorre do relatório é “lançar algum travão” num ambiente de pré-campanha eleitoral para as europeias.

“Também me parece que nem toda a euforia é muito sincera. Eu acho que há algum teatro”, afirmou.

Sobre os repetidos apelos para o consenso feitos ao PS por Passos Coelho, a ex-governante desvalorizou. São uma “arma de arremesso”. “O verdadeiro consenso tem um espaço de reserva. Há coisas que ao serem feitas na praça pública significa que se está a brincar com elas”, disse.

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