"Falta de vergonha" é ter sido cúmplice das administrações irresponsáveis da Caixa, diz Passos Coelho

Presidente do PSD diz que o Governo que chefiou não foi responsável pelas imparidades do banco público, e pede a Centeno para explicar ao país quem são os responsáveis.

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LUSA/EDUARDO COSTA

O líder do PSD desresponsabilizou o Governo que liderou da situação actual em que se encontra a Caixa Geral de Depósitos (CGD), acusando o executivo de José Sócrates de ter compactuado com um comportamento “irresponsável” do banco público.

Passos Coelho, que encerrou este domingo o XXII Congresso do PSD-Açores, em São Miguel, devolveu as críticas ao ministro das Finanças, Mário Centeno, dizendo que “falta de vergonha” foi a cumplicidade do Governo que antecedeu o do PSD/CDS com a CGD.

“Senhor ministro das Finanças, o que é uma falta de vergonha é andar anos a ser cúmplice, como foi o Governo que antecedeu o do PSD e o do CDS, com um comportamento irresponsável do principal banco público”, disse Passos Coelho, sublinhando que os cinco mil milhões de imparidades, agora reconhecidos, não foram por créditos atribuídos durante o executivo que liderou, mas sim na “gerência anterior”.

Talvez, desafiou o presidente dos sociais-democratas, Mário Centeno possa usar o mesmo discurso para explicar ao país porque falta capital na CGD. “Não deixa de ser significativo que, tendo o ministro tanta preocupação em chamar a atenção para o que se passou no passado, não consiga, ao cabo de um ano, resolver sequer o problema da administração do principal banco português”, acrescentou.

Numa intervenção em que voltou a repetir o que tinha dito na véspera, na abertura do XVI Congresso Regional do PSD-Madeira, sobre a TSU não contem connosco para fazer de peça suplente da ‘geringonça’” –, Passos lamentou a pouca informação que o Governo tem prestado sobre a CGD. “Foi preciso o presidente que foi nomeado para a Caixa pelo próprio Governo zangar-se com o Governo para ir ao parlamento dizer o que era o plano de restruturação”, sintetizou.

Num fim-de-semana de congressos regionais, em que Miguel Albuquerque viu a liderança reconfirmada na Madeira e Duarte Freitas nos Açores, Passos Coelho frisou a disponibilidade do partido para reforçar os mecanismos das autonomias.

É preciso, defendeu, manter uma grande abertura para revisitar os fundamentos da autonomia regional, quer nos Açores quer na Madeira, procurando novas âncoras que tragam “mais soluções e menos problemas”.

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