Faixas e panfletos contra a NATO em Lisboa, Setúbal, Sesimbra e Oeiras

Ecolojovem - Os Verdes, a juventude do partido ecologista, foi responsável por várias acções de protesto nesta segunda-feira, criticando os exercícios militares de um “instrumento de guerra” que decorrem no distrito de Santarém.

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Rui Gaudêncio

De manhã, faixa contra a NATO e a favor da paz, junto às instalações daquela organização em Sesimbra, e acção de contacto com a população de Setúbal. À tarde, colocação de faixa perto do Comando Operacional Marítimo da NATO de Oeiras, e entrega de panfletos junto à estação do Rossio, em Lisboa. Foi um dia movimentado para a juventude do Partido Ecologista “Os Verdes”, que defende a “dissolução de blocos político-militares e pede paz e justiça nas relações entre os povos”.

A dirigente da Ecolojovem Cláudia Madeira lamenta que soldados portugueses e território nacional estejam a ser utilizados no exercício Trident Juncture - o maior exercício militar da NATO desde 2002, a decorrer entre 21 de Outubro e 6 de Novembro: “Hoje em dia não vemos razões para fazer parte da NATO, nem sequer para que ela exista. Existem demasiadas situações de guerra, de ingerência na vida dos povos e países com mão da NATO. Como quem faz a guerra não quer a paz, vamos continuar a ter iniciativas como a do dia 24 e tentar encontrar soluções alternativas e pacíficas para estes conflitos.”

Em relação a um consenso entre partidos de esquerda para a formação de um novo Governo, Cláudia Madeira confirmou que uma eventual saída da NATO - como defende o PCP, com quem o PEV integrou a coligação CDU nas eleições - não foi discutida, nem outras questões que “inviabilizassem um Governo que pudesse ser formado pelo Partido Socialista”. “Os partidos de esquerda têm ideias e programas diferentes e não é por estarmos em conversações com o PS que os Verdes abdicam da sua ideologia. Mas consideramos que esta é uma situação de emergência, em que queremos acabar o mais rapidamente possível com estas políticas de direita que fazem tanto mal ao país. Face a este momento SOS, estamos a estudar políticas que a curto-médio prazo melhorem a vida das pessoas e, por isso, o assunto NATO está fora da mesa.”

No mesmo dia das manifestações contra a NATO da juventude Ecolojovem - Os Verdes, começou a fase do exercício militar que envolve o recurso a fogo real. Mais de 300 viaturas de combate e dois mil militares começaram a atravessar o rio Tejo, tendo sido instaladas 20 viaturas flutuantes M3 alemãs de última geração para o efeito. Na totalidade, estima-se que em território português haja cerca de 10.500 militares (nacionais e estrangeiros) envolvidos no Trident Juncture 2015.

Em entrevista à Lusa, o Tenente-Coronel Pedro Barreiro destacou a competência das forças militares portuguesas: "Estamos claramente ao nível do que melhor se faz em termos militares ao nível internacional” e enfatizou a "capacidade de adaptação e a determinação na execução de tarefas" por parte dos portugueses.

Notícia editada por Maria Lopes

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