Eurodeputados do PCP prometem combate contra "euro forte"

Aconteça ou não, por vontade própria ou por imposição, Portugal deve preparar a saída do euro, voltou a afirmar o eurodeputado João Ferreira.

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Rui Gaudêncio

A eleição de mais um eurodeputado, maior número de votos e aumento de percentagem nas últimas eleições europeias constituíram esta quinta-feira um trio perfeito para lançar a discussão dos comunistas, no centro Vitória, em Lisboa.

"A situação em Portugal e na Europa pós-eleições europeias" levou o eurodeputado João Ferreira a abrir a reunião com uma promessa de combate às políticas do "euro forte", a rejeição do federalismo e a resistência no Parlamento Europeu resumida no princípio "um país, um voto". Na mira deve estar a preparação do país para a saída do euro.

Sala cheia para ouvir também a eurodeputada Inês Zuber e o estreante Miguel Viegas. Na declaração inicial, Ferreira voltou a defender a dissolução da União Económica e Monetária e a sua substituição por um projecto europeu de cooperação que tenha em conta as especificidades de cada país. Aconteça ou não, por vontade própria ou por imposição, Portugal deve preparar a saída do euro, voltou a afirmar.

Para Inês Zubert, o país é hoje o exemplo do retrocesso social a que conduz a política europeia. O "combate às desigualdades sociais, a defesa dos serviços públicos e o trabalho com direitos" continuarão na carteira de prioridades do PCP nos próximos cinco anos no Parlamento Europeu.

"Não é com mais integração" que se resolvem os problemas, mas "com mais resistência", disse a eurodeputada. Miguel Viegas prometeu ainda uma "frente de combate" na comissão de assuntos económicos e monetários e trabalho nas duas questões fulcrais do sector agrícola: quotas leiteiras e tratado do comércio livre entre a UE e os EUA.

Depois de longas intervenções, que diagnosticaram essencialmente o estado do país e as soluções para uma "ruptura" e uma "alternativa", foi dada a palavra aos "camaradas" que na sala queriam outras respostas.

Leonardo perguntou pela eficácia do trabalho do PCP em Bruxelas. "Estamos num mar de 700 e tal senhores que remam contra nós." João Ferreira responderia com três verbos: "Travar, mitigar, impedir" tudo o que contribua para essa Europa "colonizadora", contrária ao interesse dos povos.

Outro militante quis saber se há algo a esperar de Jean-Claude Juncker. Ou melhor: "Vai ser mais independente ou não do que Durão Barroso?" Ferreira respondeu com a certeza da "continuidade das políticas" e com as "pesadíssimas responsabilidades" do agora presidente da Comissão Europeia no caminho que foi feito até aqui.

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