Esquerda apresenta argumento para contornar apelo ao voto útil no PS

O apelo feito nos últimos dias pelo PS junto do eleitorado de Braga para tentar evitar o triunfo da coligação de direita nas Autárquicas do próximo domingo mereceu a crítica unânime das outras duas forças políticas que participam no acto eleitoral.

CDU e o movimento independente Cidadania em Movimento acreditam ser alternativas suficientemente fortes chegar ao executivo e lamentam a manobra socialista, sobretudo a intervenção de Manuel Alegre no comício de quinta-feira.

 As duas candidaturas passaram o último dia de campanha em contacto com a população nas principais ruas de Braga, tentando garantir a eleição de um vereador, o grande objectivo eleitoral apresentado por ambos. “Acho que isso vai ser possível”, antecipa a líder da lista da Cidadania em Movimento, Inês Barbosa. A candidata independente admite porém o “receio” sentido em relação ao voto útil no PS. “Essa é uma ideia extremamente danosa para a democracia”, avalia, pelo que apelou aos bracarenses para que votem “com consciência” no próximo domingo.

Reacção semelhante teve o cabeça de lista da CDU, Carlos Almeida, atacando o PS por se afirmar de Esquerda “apenas quando pretende os votos desse eleitorado”. Para ser reconhecido como um partido de esquerda o PS não pode apoiar privatizações, destruir serviços públicos e a entrar em negócios ruinosos para a autarquia, favorecendo grupos económicos, “como fez nestas quase quatro décadas em Braga”, afirma.

Ambas as forças partidárias criticaram sobretudo o apelo feito, na quinta-feira, por Manuel Alegre que foi a Braga apelar ao eleitorado de Esquerda para que votem no PS a fim de evitar um triunfo eleitoral da direita naquele concelho. Carlos Almeida da CDU, classificou-a de “jogada tática” motivada pela percepção de que a candidatura por si liderada representa um projecto alternativo para esse eleitorado.

O primeiro candidato da Cidadania em Movimento à Assembleia Municipal, Manuel Carlos Silva, criticou Alegre por ter “contrariado os princípios que ele próprio advogou aquando da candidatura presidencial”. “Fica-lhe muito mal. Sobretudo por ser a câmara de Braga e pelo passado que tem, com conivências com os sectores mais conservadores da Igreja Católica”, diz.

 

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