Energia, economia do mar e apoio à terceira idade na agenda de Passos no Japão

Tóquio é a capital de um país com o estatuto de observador associado à CPLP.

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Tóquio AFP PHOTO/ KAZUHIRO NOGI

O primeiro-ministro de Portugal inicia esta quinta-feira uma visita de três dias ao Japão, a primeira de um chefe do Governo português nos últimos 25 anos, depois da estadia em Tóquio de Cavaco Silva, em 1990. Aliás, também foi há muito tempo que um Presidente da República - Jorge Sampaio em 2005 -, visitou oficialmente aquela país. Na agenda de Pedro Passos Coelho estão dossiês económicos como a energia e o crescimento verde, a economia do mar e a inovação dedicada ao apoio da terceira idade.

No campo energético, os japoneses estão interessados na experiência e tecnologia portuguesas nos domínios das energias renováveis. Também do interesse nipónico é intensificar a cooperação económica na área do mar, pois o Japão é o primeiro consumidor mundial de peixe. Já os novos apoios à terceira idade são um interesse antigo do país do sol nascente que, há muito, procura locais no estrangeiro para residência dos seus idosos.

A comitiva que acompanha Passos Coelho integra o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, o titular da pasta do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, bem como o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, e o ministro da Economia, António Pires de Lima. Do programa, constam as assinaturas de memorandos entre a Universidade do Algarve, o IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera] e as universidades de Kinki e Hokkaído nas áreas da aquacultura e de intercâmbio de estudantes. Do mesmo modo, o AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal] firmará um memorando de cooperação com a sua congénere nipónica.

Esta visita do primeiro-ministro português é a retribuição da estadia, em Maio do ano passado, do chefe de Governo de Tóquio, Shinzo Abe, em Portugal, a primeira de um primeiro-ministro japonês a Portugal. Então, os temas da agenda do “premier” japonês já foram as energias renováveis, mais o desporto, tendo em vista os Jogos Olímpicos de 2020 marcados para Tóquio, e a promoção turística.

No ano passado, Portugal exportou para o Japão bens e serviços no valor de 124,9 milhões de euro, tendo as importações daquele país alcançado os 251 milhões. Entre os produtos portugueses consumidos pelos nipónicos a estrela é o tomate, preparado ou em conserva, no sector alimentar. Químicos, máquinas e aparelhos e calçado com sola de borracha estão entre as principais exportações.

 As importações nipónicas repousam, sobretudo, em veículos, máquinas e plásticos. Contas feitas ao comércio entre os dois países no ano passado, o Japão é o 35º cliente de Portugal e o 29º fornecedor. Em 2013, foram 761 as empresas portuguesas que exportaram para o mercado japonês.

No Japão, a 31 de Dezembro de 2014, a secção consular da embaixada de Portugal em Tóquio tinha registadas 365 inscrições. A comunidade lusa é constituída por emigrantes jovens e com elevado nível de instrução, macaenses com nacionalidade portuguesa e cidadãos brasileiros com dupla nacionalidade. Dos inscritos, a maioria são trabalhadores assalariados, seguidos de estudantes, professores e empresários. Há ainda cidadãos portugueses a trabalhar nas áreas das engenharias, arquitectura, medicina e investigação.

Do ponto de vista político/diplomático, a visita de três dias do primeiro-ministro Passos Coelho tem, ainda, uma outra vertente. O Japão tem o estatuto de observador associado na CPLP [Comunidade de Países de Língua Portuguesa].

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