António Costa parte com ligeira vantagem no apoio dos candidatos às federações

Apoiantes do presidente da Câmara de Lisboa defendem a realização de um congresso em finais de Outubro se Costa ganhar as primárias.

Foto
António Costa, primeiro-ministro Nuno Ferreira Santos

Os novos protagonistas das distritais socialistas vão ser escolhidos dentro de quinze dias e, à partida, António Costa parte para este combate com alguma vantagem nos apoios dos candidatos às federações. Se o presidente da Câmara de Lisboa vencer as eleições federativas, os seus apoiantes vão reclamar a convocação de um congresso para finais de Outubro.

O prazo para entregar as candidaturas terminou sexta-feira e ao todo há 32 candidatos envolvidos na disputa eleitoral marcada para os dias 5 e 6 de Setembro. Nestas eleições há oito líderes que se recandidatam ao cargo como acontece, por exemplo, no Porto e em Lisboa, as duas maiores federações.

Em doze distritos (Viana do Castelo, Braga, Aveiro, Coimbra, Leira Federação Regional do Oeste, Lisboa, Setúbal, Bragança, Viseu, Castelo Branco e Santarém) há duas listas em confronto. Em Viana do Castelo há duas candidaturas afectas a Seguro a disputar a liderança da federação e em Castelo Branco concorrem duas listas afectas a António Costa.

No Porto, Vila Real, Guarda, Beja, Algarve, Portalegre e Évora há candidaturas únicas. No Porto, o secretário-geral do PS tem a vitória garantida, mas a candidatura de José Luís Carneiro tem uma particularidade: resulta de um consenso com a facção conotada com Costa protagonizada por Manuel Pizarro, um aliado desde a primeira hora do presidente da Câmara de Lisboa.

Os votos dos militantes de Vila Real, da Guarda e de Beja, cujas candidaturas são encabeçadas por Francisco Rocha, José Albano Marques e Pedro Carmo, respectivamente, vão também para o líder do PS. No Algarve, Portalegre e Évora vitória pertence a António Costa.

Há, no entanto, federações em que o combate é considerado renhido como é o caso de Bragança, Viseu e Setúbal. Dois socialistas, Carlos Miguel (Costa) e João Tomé (Seguro) disputam a Federação Regional do Oeste e o autarca de Lisboa é considerado o favorito

Já Braga, que já foi um esteio do secretário-geral, deverá escolher Joaquim Barreto, que protagoniza uma candidatura conotada com António Costa. Os socialistas bracarenses nunca perdoaram a António José Seguro a desconsideração que teve para com o distrito nas eleições para o Parlamento Europeu deste ano e a partir daí as relações azedaram muito. Em confronto nesta que é a terceira maior federação vão estar dois candidatos: Maria José Gonçalves (apoiante de Seguro) e Joaquim Barreto, presidente da concelhia socialista de Cabeceiras de Basto.

Nos últimos dias foram denunciadas irregularidades nos cadernos eleitorais de Braga e Joaquim Barreto afirma temer pelas “surpresas” que garante que irão surgir nos próximos dias.

Surpreendentes foram as declarações proferidas esta semana por Maria José Gonçalves sobre o pagamento maciço de quotas em atraso a militantes já falecidos no distrito de Braga. A advogada disse que o pagamento “pode ser uma homenagem dos familiares”.

Também Coimbra tem havido grande contestação tendo sido apresentada uma providência cautelar contra a realização das eleições para a federação também por suspeitas relacionadas com inscrições de militantes. Na corrida estão Mário Ruivo (Costa) e Pedro Coimbra (Seguro), mas a expectativa que existe é que a vitória não escapará ao líder dos socialistas.

A um mês das eleições primárias, há mais de 40 mil inscritos para votar no dia 28 de Setembro. A informação foi avançada à Lusa pelo presidente da comissão eleitoral do sufrágio, Jorge Coelho, que revelou também que 90% dos inscritos fizeram-no através da Internet e os restantes presencialmente. Os distritos de Lisboa, Porto e Coimbra são os que apresentam mais inscritos.

Sugerir correcção
Comentar