Edgar Silva marca 1.º de Dezembro por um Portugal acima de NATO e UE

Candidato presidencial do PCP empunhou as "bandeiras da renegociação da dívida e alterações ao euro.

Foto
Edgar Silva denunciou o caso dos "meninos das caixinhas" na década de 90, e passou a ser um "herói" para as crianças. Daniel Rocha

O candidato presidencial do PCP assinalou esta terça-feira o dia da Restauração defendendo "soberania e independência nacionais" face à NATO (Aliança Atlântica) e à União Europeia, e empunhou as 'bandeiras' comunistas de renegociação da dívida e alterações ao euro.

"Hoje, como em raros outros momentos da nossa História, Portugal tem de defender os seus interesses. A começar por aquele que ocupa o mais alto cargo dos órgãos de soberania nacionais. Nada pode obrigar o país a renunciar ao direito de optar pelas suas próprias estruturas socioeconómicas e pelo seu próprio regime político. Nada pode obrigar Portugal a aceitar a posição de Estado subalterno no quadro da União Europeia", disse Edgar Silva, numa declaração pública, em Lisboa.

Segundo o membro do Comité Central comunista e ex-deputado regional da Madeira, "nada pode obrigar Portugal a submeter-se a ditames militares e estratégicos subordinados aos interesses da NATO, da UE e dos EUA, alheios ao interesse nacional".

"A soberania e independência nacionais exigem uma política de defesa nacional que rompa com a estratégia de subordinação aos interesses dos EUA, da NATO e ao projecto de militarização da União Europeia", continuou, propondo a "organização das Forças Armadas assente no equilíbrio entre os três ramos", a "racionalização de meios" e melhor "capacidade operacional", assim como modificações positivas nas "carreiras, sistema retributivo e direitos" dos militares.

Contra o "ataque do capital"
Contra a "integração capitalista europeia", o "ataque do capital financeiro" e "os interesses das grandes potências europeias", Edgar Silva advoga "romper com as dependências externas, reduzir os défices estruturais e recuperar um desenvolvimento soberano" através da "renegociação da dívida nos prazos, juros e montantes", "a intervenção com vista ao desmantelamento da União Económica e Monetária" e o "estudo e preparação para a libertação do país da submissão ao euro, visando recuperar instrumentos centrais de Estado soberano".

"Fechar-se-á, em Janeiro, um ciclo na Presidência marcado pela submissão e subordinação externas que agride os sentimentos democráticos e patrióticos do povo português. É necessário agora assegurar, com o apoio à nossa candidatura, que esse rumo indigno não se prolongue, que a vinculação da Presidência à natureza antipatriótica da política de direita seja interrompida, que PSD e CDS e o que eles representam não regresse ao Governo, por via de um próximo Presidente da República com o seu cortejo de desrespeito e afrontamento à Constituição e à democracia", disse.

O antigo padre católico salientou que o 1.º de Dezembro de 1640 foi "um dos momentos de afirmação soberana" de Portugal, "cuja dimensão histórica e valor que comporta levaram a que o anterior Governo, com a complacência do Presidente da República, tivesse eliminado o feriado que o assinala".

Sugerir correcção
Comentar