Durão Barroso: Governo à esquerda pode comprometer resultados

Ex-presidente da Comissão Europeia espera que Portugal “não ponha em risco todos os sacrifícios que foram feitos”.

Foto
Durão Barroso com Donald Tusk, Mariano Rajoy e Herman Van Rompuy no congresso do PPE, em Madrid AFP/PIERRE-PHILIPPE MARCOU

À entrada para o congresso do Partido Popular Europeu, em Madrid, o ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, reiterou nesta quarta-feira que Portugal precisa de um governo estável e que uma coligação à esquerda pode comprometer os resultados económicos.

"Eu desejo — neste momento não sei o que se pode esperar, parece uma situação complicada — que Portugal não ponha em risco todos os sacrifícios que foram feitos, não se pode brincar com o fogo," disse Barroso em Madrid.

"Portugal não pode estar no centro da União Europeia, a cumprir os objectivos a que está obrigado, com partidos que — a menos que se tenham convertido noutra coisa diferente — são estruturalmente contra isso," adiantou o ex-presidente da Comissão Europeia sobre uma possível coligação de esquerda.

A mesma mensagem foi deixada pelo actual vice-presidente da Comissão Europeia, o finlandês Jyrki Katainen, que chegou a liderar um governo formado por seis partidos, incluindo um da esquerda radical.

"Portugal é um país que se tem reformado profundamente e agora vemos bons resultados económicos. […] Esperamos que Portugal consiga um governo estável; é muito importante para os próprios portugueses mas também para a zona euro," disse Katainen ao PÚBLICO.

Para Barroso, um governo estável significa "um apoio suficientemente forte a uma solução governativa" que seja coerente. “Uma maioria coerente é necessária em democracia, senão é apenas um artifício para algumas pessoas se manterem no poder a qualquer custo, o que não me parece correcto."

A situação política em Portugal levou Pedro Passos Coelho a cancelar a sua presença no congresso em Madrid.

Sugerir correcção
Ler 4 comentários