Durão Barroso afasta corrida a Belém

Em entrevista à SIC e ao Expresso, o ainda presidente da Comissão Europeia desafia PSD, PS e PSD a apoiarem um candidato único nas próximas presidenciais.

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Durão: “Neste momento é importante respirar, ter uma pausa, pensar, reflectir" AFP/GEORGES GOBET

Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, disse nesta sexta-feira que não tem "qualquer intenção" de candidatar-se a Belém nas próximas eleições presidenciais, em entrevista à SIC/Expresso.

"Eu, francamente, não tenho qualquer intenção de ser candidato a Presidente. Não tenho essa intenção", afirmou Durão Barroso, que termina em Outubro o mandato na Comissão Europeia.

Quando questionado sobre o futuro, Durão Barroso respondeu que ainda não teve tempo para definir planos concretos e que precisa "de pensar". "São 30 anos, sabe, praticamente sem qualquer interrupção, 30 anos de vida política muito intensa — estes dez últimos anos, então, em crise permanente. Acho que até os meus críticos reconhecem que foram os anos mais difíceis da integração europeia. Este período constituiu os anos mais difíceis, com uma tensão permanente. Eu acho que neste momento, por várias razões — algumas até pessoais —, é importante respirar, ter uma pausa, pensar, reflectir", declarou Durão Barroso na entrevista conduzida pelo jornalista Ricardo Costa.

Sobre Portugal, o presidente da Comissão Europeia disse ainda que o próximo Governo que sair das eleições legislativas de 2015 tem de ser um executivo de "consenso alargado".

"Eu acho que o próximo Governo de Portugal vai ser um Governo que necessariamente, para ter maioria, vai ter os dois principais partidos e, se calhar, também o CDS, ou seja, PS, PSD e CDS, porque senão, um Governo sem maioria parlamentar não terá quaisquer condições de levar a cabo algumas reformas que ainda vão ter de continuar", afirmou o antigo primeiro-ministro português, acrescentando que acompanha "muito apaixonadamente", e "às vezes muito sofridamente, o que se passa" no país.

Para Durão Barroso, o consenso alargado deve também ser replicado na figura do próximo chefe de Estado, que, em sua opinião, "deve ser apoiado pelas principais forças políticas". "Porque não? Nunca se fez isso. Acho que tem sentido", reforçou.

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