Documentos do SIS, GNR e PSP apareceram na Guiné-Bissau

Através dos elementos de securização dos relatórios será possível determinar o seu destinatário original e o método de fuga de informação.

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Júlio Pereira diz que os serviços secretos são alheios a esta situação Daniel Rocha

Documentos do SIS [Serviço de Informações de Segurança], da PSP e GNR foram encontrados na Guiné-Bissau, segundo tudo indicia, de forma fortuita, sabe o PÚBLICO. Estes relatórios encontravam-se entre vários documentos apresentados por um cidadão, em princípio do Leste europeu, que os entregou por engano a uma empresa de prestação de serviços. O detentor desta documentação, uma vez apercebido do seu erro, não voltou àquela empresa para recuperar a documentação.

Segundo o Observador, entre os documentos constava um relatório de 2011 do SIS sobre o grupo de motociclistas Hell´s Angels [Anjos do Inferno], que as autoridades norte-americanas relacionam com actividades violentas, desde alegado tráfico de droga e armas a acções de extorsão e lenocínio, e suas ligações com motards portugueses. Também existiria documentação da GNR sobre uma série de furtos a hotéis no Algarve, com referências e fotografias de suspeitos. Do mesmo modo, constaria um relatório do Sistema de Informações do Exército, que terá sido utilizado durante um exercício militar de intelligence.

Através dos sinais de securização destes documentos, os investigadores do SIED [Serviços de Informações Estratégicos de Defesa], entretanto enviados para Bissau, deverão poder identificar vários elementos, entre os quais a entidade que os recebeu. E, provavelmente, o mecanismo de fuga de informação.

Júlio Pereira, secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa, que engloba o SIS e o SIED, em declarações ao DN afirmou que os serviços de informação são alheios a esta situação. Embora uma fuga de informação seja sempre considerada incómoda para as “secretas”, os documentos encontrados na Guiné-Bissau não colocam problemas de operacionalidade.

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