PS diz que divergências com o PSD são “insanáveis, estruturais e profundas”

"Vertigem" eleitoral do PS já não permite soluções de compromisso, apesar do desafio lançado pelos sociais-democratas, diz Jorge Moreira da Silva.

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O encontro desta quinta-feira foi o último da ronda pelos partidos realizada a pedido do PS Rui Gaudêncio

Depois de um encontro de cerca de uma hora entre delegações do PS e do PSD, o socialista Alberto Martins apontou “divergências insanáveis estruturais e profundas entre” os dois partidos. Da parte do PSD, Jorge Moreira da Silva disse que o PS já só pensa em eleições e que desistiu dos problemas dos portugueses.

No final do encontro na sede do PSD, em Lisboa, marcado pela ausência dos dois líderes – Passos Coelho e António José Seguro -, o deputado do PS Alberto Martins defendeu que é necessário “dar a voz ao povo para se pronunciar sobre esta situação de extrema degradação” económica, social e política.

A reunião, realizada a pedido dos socialistas e que fecha uma ronda de encontros com todos os partidos com assento parlamentar, demonstrou, mais uma vez, que já não é possível uma solução de compromisso entre os dois principais partidos.

“Nós defendemos uma política de ajustamento do memorando [da troika]”, disse o socialista, que apontou o caminho da consolidação orçamental em aliança com o crescimento económico como solução para os problemas do país. “Isso nunca foi feito pelo PSD. O rigor orçamental não é incompatível com uma política de crescimento”, criticou Alberto Martins.

Da parte do PSD, o vice-presidente Jorge Moreira da Silva voltou a frisar a necessidade de uma estratégia de diálogo e de compromisso que ultrapasse o intervalo temporal de uma legislatura. Mas o PS, avaliou, tem “uma visão irresponsável” e já não está disponível para isso: “O PS repetiu nesta reunião o que tem dito em público, quer eleições e desistiu dos problemas dos portugueses”.

Essa “vertigem” eleitoral dos socialistas, como apelidou Moreira da Silva, levou o partido a desistir de qualquer solução de compromisso: “A vontade de compromisso e de abertura está mais do lado do PSD do que do PS”, disse o social-democrata, que acrescentou que o PSD mantém o desafio aos socialistas sobre consensos em várias matérias: equilíbrio orçamental, investimento, Europa, reforma do Estado e fiscalidade.

  
 
 

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