Direcção do PS recomenda a militante expulsa que recorra ao Constitucional

Cristina Martins foi expulsa este mês depois de ter denunciado, em 2011, a existência de falsas inscrições no PS.

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Rui Gaudêncio

O secretário nacional do PS, Miguel Laranjeiro, reagiu este sábado às críticas do dirigente concelhio e vereador no Porto Manuel Pizarro, a propósito da expulsão de Cristina Martins – que denunciou um conjunto de alegadas irregularidades nos cadernos eleitorais internos – lembrando que a direcção do partido não tem responsabilidades na jurisdição interna. E aconselhou a militante a defender os seus direitos junto do Tribunal Constitucional.

Ao contrário do que é referido pelo camarada Manuel Pizarro, a actual direcção não expulsa nem nunca expulsou ninguém”, alerta numa declaração enviada ao PÚBLICO.

“Com a actual direcção há total e completa separação de poderes”, continua Laranjeiro, antes de indicar a saída para a situação. “De todas as decisões tomadas pelos órgãos jurisdicionais há sempre a possibilidade de recurso para o Tribunal Constitucional”, afirma.

Cristina Martins foi expulsa este mês depois de ter denunciado, em 2011, ao Departamento de Investigação e Acção Penal de Coimbra, a existência de falsas inscrições no PS de militantes com “moradas que não existem, moradas erradas e duplas filiações” entre outros casos.

Solidário com a ex-militante, o dirigente socialista Manuel Pizarro desafiou esta sexta-feira a direcção nacional do partido a não ser medrosa em relação a si por que, tal como Cristina Martins, também ele denunciou a existência de “cadernos eleitorais aldrabados” nas eleições para a concelhia do PS-Porto, estrutura à qual preside.

“Na sequência das eleições para a concelhia do PS-Porto, em Dezembro de 2013, eu acusei em público a direcção nacional do partido de ter aldrabado os cadernos eleitorais e estou disponível para acarretar todas as consequências políticas e disciplinares dessas minhas declarações”, declarou ao PÚBLICO Manuel Pizarro.

O dirigente nacional Miguel Laranjeiro vem agora afirmar que os órgãos jusrisdicionais são “independentes na análise das situações disciplinares”, não tendo a direcção do PS “qualquer tipo de influência”.


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