Deputados do BE reúnem-se em Faro para responder à Europa da austeridade

Grupo parlamentar vai apresentar propostas legislativas nas áreas da Saúde e das Pescas.

Foto
Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco Nuno Ferreira Santos

As jornadas parlamentares do BE decorrem segunda e terça-feira, em Faro, com os bloquistas a privilegiarem na ordem de trabalhos o encontro de respostas sociais para o que definem como uma “Europa da austeridade”.

A cerca de mês e meio das eleições europeias, os oito deputados do BE estarão, desta vez, acompanhados pelas eurodeputadas do partido Marisa Matias e Alda Sousa. O líder parlamentar Pedro Filipe Soares avançou ao PÚBLICO que as jornadas se realizam num momento crucial de “troika, pós-troika e Tratado Orçamental”.

Com iniciativas legislativas previstas nas áreas da Saúde e das Pescas, os deputados têm na agenda um encontro com o reitor da Universidade do Algarve, em Faro, uma viagem de barco com pescadores, em Tavira, uma visita à Unidade de Desabituação de drogas de Olhão e uma reunião com o sindicato de enfermeiros, em Portimão. O encontro no Algarve servirá ainda, segundo Pedro Filipe Soares, para alimentar uma “reflexão interna mais profunda” que o trabalho parlamentar diário não permite.

Segunda-feira, ao final da manhã, caberá à cabeça de lista do BE às eleições europeias o arranque dos trabalhos. Marisa Matias disse ao PÚBLICO que estará no centro do debate a necessidade de “romper o ciclo vicioso da austeridade que traz mais recessão económica, mais desemprego e maior agravamento das contas públicas”.

“A questão da austeridade joga-se tanto no plano nacional como europeu e é preciso colocar o desemprego com uma variável estratégica para termos uma alternativa à austeridade”, afirmou.

A eurodeputada diz que o Governo tem vendido a ideia da consolidação das contas públicas como um benefício das políticas de austeridade, quando a solução passa pela reestruturação da dívida mas também pelo combate ao desemprego. “O maior contributo para a consolidação das contas públicas é o combate ao desemprego. O desempregado, além da tragédia pessoal, não paga impostos nem cria riqueza”, explica Marisa Matias. E deixa como mau exemplo, em termos europeus, o programa Garantia Jovem da União Europeia, que não implicou o investimento de “um cêntimo novo” no combate ao desemprego. “São 300 euros por cada jovem desempregado para um período de sete anos, não é possível”, diz a eurodeputada.

Sugerir correcção
Comentar