Da procissão dos moliceiros ao debate sobre a dívida pública

Passos Coelho esteve mais de dez minutos a falar com um eleitor em Aveiro.

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Fotos Miguel Manso
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“Ai se eu te pego”. A frase estava inscrita no moliceiro em que Passos Coelho e Paulo Portas embarcaram esta manhã, na primeira acção de campanha do dia em Aveiro, distrito forte para PSD e CDS. Um grupo de quatro jovens, que estavam numa formação num centro de emprego ali perto, aproxima-se e pede para tirar uma fotografia com Paulo Portas. O líder do CDS saiu do barco e fez-lhes a vontade. Passos Coelho não quis ficar atrás e repetiu o gesto. Quem se aproxima tem palavras simpáticas, mas mais ao longe ouvem-se insultos. “Era ali um bidão de gasolina e um fósforo”, comentava uma mulher sentada num dos muros da ria.

A procissão de moliceiros lá seguiu, decorado com as bandeiras da coligação, e tinha gente dos partidos à espera. Estava feita a imagem da manhã. A animada caravana seguiu para o centro da cidade. Numa esplanada, Passos Coelho e Paulo Portas provaram ovos moles enquanto conversavam com os cabeças de lista de Aveiro, Luís Montenegro e João Almeida. Ficaram rodeados de apoiantes que os queriam cumprimentar, mas isso quase não aconteceu. Pelo menos no caso de Passos Coelho. Primeiro demorou-se com uma mulher que só tinha 162 euros de rendimento. E explicou-lhe as condições de aposentação.

O cordão de segurança à volta dos candidatos só cede para deixar entrar duas estrangeiras com quem Passos Coelho fala em francês. Depois foi interpelado por um jovem com quem travou um debate muito amigável. Foi questionado pelos impostos altos, a emigração e por que razão a dívida não baixa. Demorou mais de dez minutos nas respostas, detalhando todos os pormenores até com termos técnicos, para desespero dos muitos que o aguardavam para o abordar ou para fazer seguir a caravana para o próximo ponto. Enquanto a conversa se arrastava, Portas teve tempo para percorrer as lojas à volta do largo, tomou cafés e cumprimentou democratas-cristãos. Passos Coelho ainda se demorou com um outro eleitor, um professor. Por fim, a caravana lá seguiu. Mas o jovem que dizia estar farto da "propaganda enganosa" em todas as eleições, se era indeciso, indeciso disse ter ficado. 

 

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