Cristas desconfortável com atitude de Passos Coelho

Assunção admite que soube que não teria o apoio do PSD “pela comunicação social”

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Nuno Ferreira Santos

A líder do CDS-PP mostrou o seu desconforto sobre o desfecho das conversações com o PSD sobre o apoio à sua candidatura em Lisboa. Assunção Cristas disse, na SIC Notícias, que achava “natural” ter sabido de uma decisão do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, de “viva voz”. O processo de um possível apoio ao CDS na capital ficou marcado por alguns desencontros entre os dois líderes do centro-direita.

No Verão do ano passado, Assunção Cristas informou pessoalmente Pedro Passos Coelho da sua intenção de avançar como candidata para a câmara de Lisboa, mas não adiantou exactamente quando pretendia fazer o anúncio. Passos Coelho não lhe pediu para esperar. Já nessa altura era conhecida a possibilidade de o ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes poder vir a encabeçar uma candidatura em nome do PSD. Só em meados de Dezembro de 2016 Santana Lopes viria a rejeitar ser candidato. O PSD não tinha plano B.

No dia em que anunciou que se iria candidatar a Lisboa, a 10 de Setembro de 2016, Assunção Cristas viajou até Oliveira do Bairro – onde marcou a rentrée do partido – e tentou contactar Passos Coelho para o informar do anúncio. Não conseguiu porque o líder do PSD também se encontrava a participar em iniciativas partidárias no distrito de Viseu. Só depois de já ser pública a candidatura, Passos Coelho foi informado. Desejou-lhe “boa sorte”.

Assunção Cristas foi sempre mostrando que o apoio do PSD seria bem-vindo, mas as conversações para um entendimento não chegaram a bom porto com queixas de parte a parte. Um eventual apoio do PSD a Cristas, meses depois de a candidata já estar no terreno, lançou polémica dentro do partido. A direcção do partido acabou por considerar não ter condições para uma coligação com o CDS. No fim-de-semana, Passos Coelho enterrou o assunto, dizendo que a candidatura de Cristas “não nasceu de um entendimento com o PSD” e que por isso o partido terá um “candidato próprio”. Agora, em declarações à SIC Notícias, esta quarta-feira, a líder do CDS-PP vem admitir que soube da decisão do PSD “pela comunicação social” e que seria “natural ter sabido de viva voz”.  

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