Costa quer “encontrar outras formas de financiamento” para a Segurança Social

Líder do PS fechou a porta à negociação de uma reforma com o actual Governo, apontando a próxima legislatura como o momento adequado para debater a questão.

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António Costa lamentou falhanço no acordo entre accionistas do BPI Nuno Ferreira Santos

O secretário-geral do PS reconheceu esta sexta-feira a necessidade de se “olhar com muita seriedade para o sistema de segurança social”, apontando o “inicio da próxima legislatura” como o momento ideal para tal.

Numa conferência organizada pelo Jornal de Negócios, António Costa assumiu ainda a intenção de “encontrar outras formas de financiamento” para a Segurança Social, alargando a base de incidência através do “factor capital”.<_o3a_p>

As afirmações surgiram depois do líder do PS ter assumido não ter "a menor disponibilidade" para dialogar com o Governo sobre um novo corte de 600 milhões de euros nas pensões, recusando "fazer remendos" para compensar a incapacidade orçamental. Uma reacção ao desafio feito na véspera pelo actual Governo no sentido de se proceder a uma reforma da Segurança Social.

Costa afirmou mesmo que a intenção do Governo estava condenada ao fracasso por “quase duplicar” os objectivos da anterior tentativa de reforma, que apontava para 372 milhões de euros de cortes e que foi chumbada pelo Tribunal Constitucional.<_o3a_p>

António Costa aproveitou também a conferência para reagir aos planos apresentados quinta-feira pelo Governo. “O Plano de Estabilidade e o Plano Nacional de Reformas são a confissão do impasse em que se esgotou este modelo, nada mais propondo que manter cortes de salários e a sobretaxa do IRS até ao final da próxima legislatura e a renovação de novos cortes nas pensões”, disse.<_o3a_p>

O socialista voltou a assegurar que não haveria qualquer acordo com o PSD, afirmando ser necessário “romper” com as políticas levadas a cabo nos últimos anos. "Não viabilizaremos de forma alguma nem com coligação, nem com acordos parlamentares nem de qualquer outra forma a persecução destas políticas", assegurou antes de o justificar com a ideia de que  "seria suicidário para a democracia portuguesa se não fosse possível no espaço democrático afirmarem-se alternativas".

Contrapôs a isso o caminho de medidas urgentes já definidas pelo PS que passavam pela “recuperação dos rendimentos” das famílias, elencando a subida dos salários e pensões da função pública, “a progressão do salário mínimo e o desbloqueamento da contratação colectiva”

A essa “agenda nacional”, Costa acrescentou depois a “agenda europeia” onde apenas se comprometeu a lutar por uma mudança de políticas que facilitassem a recuperação económica de Portugal. “A Europa necessita de mobilizar mais armas, todas as armas”, disse.<_o3a_p>

Uma das ideias que se propôs a defender – entre as que já admitiu nos últimos meses – foi a de tentar negociar “programas de reforma ajustados aos problemas estruturais de cada país.”<_o3a_p>

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