Costa diz que não se pode prometer quando o resultado depende de muitos factores

No Lisbon Summit da revista The Economist, o líder do PS defendeu que o desenho de uma estratégia nacional não pode ser feita ao arrepio da europeia nem basear-se numa só solução.

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António Costa participou neste sábado no jantar de Natal da concelhia do PS de Castelo de Paiva RCL

O exemplo foi dado com os olhos postos na União Europeia, mas servirá como uma explicação indirecta para as escusas do líder do PS de fazer promessas concretas para um futuro governo socialista. “Como se tem visto nas últimas duas semanas, é um erro definir uma estratégia nacional que ignore a incerteza negocial e se bloqueie numa e só numa solução”, defendeu António Costa na Lisbon Summit, organizada pela revista The Economist.

“Numa União a 28, como é evidente, não é possível prometer um resultado que depende de negociações com várias instituições, múltiplos governos, de orientações diversas”, afirmou António Costa, rejeitando que os “desequilíbrios da magnitude dos actuais no seio de uma união monetária relativamente fechada possam ser resolvidos unicamente do lado dos países deficitários”. O secretário-geral socialista nunca se referiu, porém, à Grécia. E à saída recusou mesmo falar com os jornalistas sobre o assunto.

“O que é essencial é identificar correctamente os problemas, assumir a determinação de os enfrentar e ter a capacidade necessária para construir as alianças que permitam as soluções viáveis, trabalhando as várias variáveis possíveis”, acrescentou, logo a seguir, António Costa.

Num discurso de mais de 25 minutos, António Costa deixou as habituais críticas à atitude do actual Governo no programa de ajustamento, um plano que não alcançou o seu objectivo primordial de reduzir a dívida do país – que é hoje maior do que em 2011. Desfiou indicadores económicos e sociais para contrapor a necessidade de uma “agenda para a década” que promova o crescimento, o emprego, a confiança. 

Mas não se coibiu de deixar alguns elogios. “Enfrentar e superar esta crise exige combater a política deflacionária que a Europa tem seguido. Nesta mudança, o programa de Quantitative Easing do BCE, assim como a Iniciativa Juncker para o Investimento ou a leitura inteligente e flexível do PEC são peças essenciais, que importa valorizar, mesmo que ainda incertas e insuficientes, porque traduzem uma mudança de estilo.” 


 

   


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