Costa diz que “há mais vida para além do défice”

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“Quem é irresponsável na oposição não vai apreender a ser responsável quando é Governo", disse Costa Paulo Pimenta

António Costa, até agora “número dois” da direcção de José Sócrates, disse hoje, parafraseando o ex-Presidente da República, Jorge Sampaio, que “há mais vida para além do défice” e que “a consolidação das contas não é um fim em si mesmo, mas uma necessidade”.

“Governar bem significa termos as finanças públicas em ordem. Mas a consolidação das contas não é um fim em si mesmo, mas uma necessidade”, declarou o ex-ministro de António Guterres.

Falando aos congressistas presentes no Pavilhão da Exponor, em Matosinhos, o presidente da Câmara de Lisboa, que protagonizou até agora a maior ovação do conclave quando anunciou que vai abandonar o Secretariado Nacional do partido, responsabilizou o PSD pela crise que Portugal atravessa e avisou que há duas opções distintas para encontrar um rumo para o país. “Não haja ilusão, nem confusão porque a forma de alcançar esses objectivos são bastantes diversos. Sobretudo, é bastante diverso qual é o sentido que tem o esforço que os portugueses estão a enfrentar”, sublinhou.

E não hesitou em dizer que “quem é irresponsável na oposição não vai apreender a ser responsável quando é Governo. Ou se é responsável ou não se é responsável”, afirmou, evidenciando o “grave momento escolhido para desencadear a crise política”.

Elogiando as medidas do Governo de José Sócrates, um elogio que estendeu a outros líderes do partido, Costa criticou na União Europeia por ter respondido de uma forma tardia aos primeiros sintomas da crise que vindos da Grécia.”A Europa reagiu lenta e reagiu mal perante os primeiros sintomas da Grécia. A União Europeia deveria ter reagido com mais firmeza e determinação”, criticou.

Depois, deu nota da “consciência social” com que os socialistas têm vindo a enfrentar as crises, declarando que o partido não tem “os olhos fechados”, afirmando: “Sabemos muito bem que em Portugal há muita gente que está a sofrer e que há muitas empresas a fechar”.

“O nosso dever é sermos solidários, o nosso dever é não ignorar a realidade, mas o nosso dever em primeiro lugar para com Portugal, para com os portugueses, e para com esses que estão a sofrer, é, com toda a determinação, toda a coragem, atacar o mal prioritário, reduzir a dívida, reduzir o défice, consolidar as nossas finanças públicas”, disse.

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