António Costa concentra campanha eleitoral no Norte

Líder do PS defendeu reposição do pagamento do subsídio de Natal do sector público com o salário de Novembro.

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António Costa lamentou falhanço no acordo entre accionistas do BPI Nuno Ferreira Santos

A campanha de António Costa para as eleições legislativas vai passar muito pelos distritos do Porto, Aveiro e Braga. O secretário-geral do PS, que no domingo jantou com os presidentes de câmaras e líderes concelhios no final da arruada/comício em Santo Tirso, fez um apelo à mobilização do partido para se empenhar na campanha. Depois da polémica dos cartazes e de outros episódios, o PS vai apostar tudo em António Costa, que é visto como a “mais-valia” do partido. A seu lado terá a mulher, Fernanda Tadeu, que participará “em alguns momentos e eventos mais significativos” da campanha, segundo noticiou ontem o jornal i.

O candidato do PS a primeiro-ministro tem previsto várias iniciativas na Área Metropolitana do Porto (Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Vila do Conde e outros concelhos) e já esta semana estará no Porto. Será na sexta-feira ao fim da tarde, onde chegará de comboio à Estação de Campanhã. Daqui segue também de comboio com militantes e simpatizantes do partido até à Estação de São Bento, tal como aconteceu em Abril passado numa acção integrada no 42.º aniversário do PS e que terminou com a Festa da Democracia, no Palácio de Cristal. De São Bento, na Baixa do Porto, o líder do PS deverá descer a Rua das Flores a pé em direcção à zona da Ribeira. Ao que o PÚBLICO apurou, António Costa terá um encontro com personalidades desta cidade e elementos da sua comissão de honra. 

Uma semana depois, Costa estará de novo no Porto, com uma agenda recheada de iniciativas. Na manhã do dia13, visitará o mercado de Angeiras, terá depois um almoço, que deverá realizar-se num espaço ao ar livre, em Matosinhos. O concelho de Gaia é a etapa seguinte na agenda do candidato a primeiro-ministro. Neste concelho, haverá uma arruada na freguesia piscatória da Afurada, após o que decorrerá um comício. O concelho socialista de Vila do Conde recebe Costa uma semana depois para várias acções de campanha. O calendário do líder do PS comporta mais duas passagens pelo Porto: uma está agendada para o dia 26 de Setembro e a última aprazada para 1 de Outubro, uma quinta-feira. Nessa tarde, haverá uma grande arruada em Santa Catarina, uma das principais artérias comerciais da Baixa do Porto.

Enquanto os directores de campanha ultimam os calendários, António Costa vai fazendo campanha e esta terça-feira reservou algum do seu tempo para participar numa sessão de live streaming onde anunciou a reposição durante a próxima legislatura do pagamento do subsídio de Natal do sector público com o vencimento de Novembro e revelou que se for primeiro-ministro irá repor os dois feriados religiosos, a par dos dois civis.

O líder socialista admitiu que o subsídio de Natal deixará de ser pago em duodécimos aos funcionários do sector público, tal como sucede desde a entrada em vigor do Orçamento do Estado de 2013. É que para o candidato a primeiro-ministro “não há nenhuma razão” para que o pagamento do subsídio de Natal seja pago em duodécimos.

Ao longo da sessão, Costa foi desafiado a esclarecer quais os feriados que irá repor caso venha a formar Governo. A ideia é repor já me 2015, o feriado dedicado à Restauração da Independência, o 1.º de Dezembro. Isto porque - explicou - “há feriados que têm a ver com a nossa história e que qualquer país que tenha o mínimo de auto-estima em caso algum prescinde de os ter". O outro é o 5 de Outubro, feriado que - sublinhou - “faz parte da identidade da nossa democracia”.

Em aberto ficou a reposição dos feriados religiosos, o de Corpo de Deus e o 1.º de Novembro.

No âmbito das 40 questões a que respondeu (entre as 230 perguntas que lhe foram dirigidas) António Costa fez um apelo ao fim da lógica de um Governo do PS é derrubável, porque o PCP e o Bloco de Esquerda se juntam à direita para o derrubar, o que nunca sucedeu com executivos PSD-CDS.

O apelo foi feito na sequência de uma pergunta de um internauta que o questionou sobre que pasta atribuiria ao secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, caso os socialistas venham a formar um executivo de coligação com os comunistas. Sem se perder em grandes explicações, disse que este é o tempo de os portugueses escolherem o Governo que querem e reafirmou o objectivo do PS de ter maioria absoluta no dia 4 de Outubro. Mas deixou aberta a porta a um diálogo político, caso o partido vença as legislativas com uma maioria inequívoca. E deixou uma garantia: ”Que não haja ilusões e que ninguém pense que pode empurrar o PS para que vá governar para continuar com as políticas do actual Governo”.

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