Conselheiro nacional do CDS critica direcção por dar liberdade de voto na co-adopção

Filipe Anacoreta Correia espera que o projecto de lei que prevê a co-adopção por casais do mesmo sexo seja ainda chumbado na Assembleia da República na votação final global.

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Centrista queria "posição politicamente forte" do CDS sobre o tema Daniel Rocha

O conselheiro nacional do CDS-PP Filipe Anacoreta Correia criticou nesta terça-feira a direcção do partido por ter dado liberdade de voto nos diplomas para a co-adopção por casais homossexuais.

“Continuo insatisfeito com a opção de liberdade de voto no CDS. Tinha a expectativa de que tivesse sido apresentado pelo grupo parlamentar um projecto de regulamento como foi aprovado no Conselho Nacional de Leiria por unanimidade”, afirmou, em declarações à Lusa.

No passado dia 17 de Maio, o Parlamento aprovou na generalidade um projecto de lei do PS para que os homossexuais possam co-adoptar os filhos adoptivos ou biológicos da pessoa com quem estão casados ou com quem vivem em união de facto. A maioria da bancada do CDS-PP votou contra. Três deputados optaram pela abstenção: João Rebelo, Teresa Caeiro e Michael Seufert.

Filipe Anacoreta Correia sustentou que no Conselho Nacional realizado em Abril do ano passado foi aprovado por unanimidade uma proposta para rever o regulamento do grupo parlamentar e definir que matérias devem estar sujeitas a disciplina de voto. “Continua o partido sem uma posição clara sobre que matérias devem ser objecto de disciplina de voto”, criticou.

Para Filipe Anacoreta Correia, a aprovação da possibilidade de os homossexuais poderem co-adoptar o filho biológico ou adoptivo da pessoa com quem vivem constituiu “uma agressão ao eleitorado tradicional do CDS”.

O democrata-cristão considerou que, nesta matéria, “a primeira falha do CDS-PP” foi “não ter tido no seio da coligação governativa uma posição politicamente forte para evitar que esta matéria tenha sido aprovada”.

“A minha expectativa é que este projecto possa ser chumbado na votação final global”, acrescentou.

O projecto de lei do PS teve 99 votos a favor, 94 contra e nove abstenções, segundo anunciou a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves. Votaram a favor as bancadas do BE, PCP, PEV, a maioria dos deputados do PS e 16 deputados do PSD.
 

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