Conferência de Munique marca novo ciclo nas relações entre Europa e EUA, defende Severiano

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Para Severiano Teixeira, "hoje já não há um mundo unipolar mas um mundo multipolar" Sebastien Pirlet/Reuters

O ministro da Defesa afirmou hoje que os discursos dos principais responsáveis políticos na Conferência de Segurança de Munique estão a marcar "um novo ciclo e uma oportunidade para o relançamento das relações" entre Europa e Estados Unidos.

"Aqui encontram-se pela primeira vez dirigentes europeus e americanos desde a eleição da nova administração Obama e, pelo que aqui se passou, parece-me claramente o início de um novo ciclo e de uma nova oportunidade para o relançamento das relações transatlânticas", relatou à Lusa o ministro Severiano Teixeira, que se encontra na Alemanha a participar na 45ª Conferência de Segurança de Munique.

Após as intervenções do novo vice-Presidente norte-americano, Joe Biden, da chanceler alemã, Angela Merkel, e do Presidente francês, Nicolas Sarkozy, do secretário-geral da NATO, Jaap de Hoop Scheffer, e do representante da União Europeia para a política externa, Javier Solana, o ministro português disse que se nota "uma sintonia de posições" entre os principais responsáveis políticos de ambos os lados do Atlântico.

"Hoje já não há um mundo unipolar mas um mundo multipolar, como referiu o Presidente Sarkozy, de potências relativas e como tal é fundamental a cooperação internacional entre países", defendeu.

Para o ministro português, os interesses comuns da comunidade transatlântica "só podem desenvolver-se, face aos riscos e ameaças actuais, reforçando a relação entre os dois pilares da Aliança Atlântica". "A Europa precisa de uma América forte e unida e a América de uma Europa forte e unida", acrescentou.

O regresso da França

Um exemplo deste "reforço de relações" é, para Nuno Severiano Teixeira, o regresso da França à estrutura militar da NATO, do qual tinha saído em 1966. "É um sinal muito positivo, um sinal de que estamos a constituir um pólo forte", reiterou o responsável pela pasta da Defesa Nacional.

Já sobre a situação actual do Afeganistão, o ministro referiu que há também "uma convergência de discursos dos dois lados do Atlântico" e o reconhecimento de que o conflito que se vive naquele país não constitui apenas "um problema militar da responsabilidade da NATO".

"[O Afeganistão] é também um problema político e económico da responsabilidade de toda a comunidade internacional e é importante que a nova administração americana dê maior ênfase à reconstrução económica e política e que os aliados respondam positivamente em termos militares", advogou.

"A segunda questão é que o problema não pode ser resolvido exclusivamente no Afeganistão. É um problema de segurança regional e sem uma relação com o Paquistão não é possível resolver o problema", concluiu o governante português.

A Conferência de Segurança de Munique termina no domingo.

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