PS recusa participar na comissão e deixa PSD-CDS sozinhos

Maioria parlamentar fica isolada. Depois de PCP e BE terem recusado participar na comissão de reforma do Estado, socialistas seguem mesmo caminho.

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Os líderes parlamentares do PSD/CDS deixaram um apelo ao PS Daniel Rocha

O líder da bancada parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, assegurou que os socialistas não vão participar na comissão eventual proposta pela maioria PSD-CDS para debater a reforma do Estado. "Essa comissão é uma cortina de fumo para o Governo tapar o buraco orçamental", disse Carlos Zorrinho ao início da tarde desta quarta-feira aos jornalistas, no Parlamento. BE e PCP também já disseram que não iriam participar, o que deixa a maioria isolada.

Os líderes parlamentares do PSD-CDS propuseram nesta quarta-feira a criação de uma comissão eventual para debater a reforma do Estado.

Segundo a proposta, os trabalhos têm uma duração de 150 dias e no final é colocado à votação um relatório.

Tanto o BE como o PCP reiteraram já nesta manhã a indisponibilidade para participar no que consideram ser a comissão “liquidatária do Estado social” e anunciaram voto contra a sua constituição.

O silêncio dos partidos da oposição foi a opção tomada na conferência de líderes, depois de o PSD e o CDS terem proposto a comissão, segundo o porta-voz da conferência de líderes, Duarte Pacheco. A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, também não tomou nenhuma posição, segundo a mesma fonte.

“Queria lançar um apelo democrático a todos os grupos para participarem nesta discussão”, disse Luís Montenegro antes de conhecer a posição dos socialistas, acusando o PS de “pensar mais em eleições do que nos problemas das pessoas”. O líder da bancada social-democrata insistiu na participação dos socialistas nesta iniciativa. “Parece que também há ideias no PS. Ainda na segunda-feira verificámos que há protagonistas no PS com ideias sobre o Estado”, disse Montenegro, referindo-se ao dirigente Álvaro Beleza, que defendeu a extinção da ADSE, uma posição que a direcção do PS rejeitou assumir como sua.

Questionado sobre a possibilidade de a maioria ficar sozinha na comissão, o líder da bancada "laranja" afastou esse cenário. “Não quero acreditar nisso. Foi uma reacção a quente. Acredito que a seu tempo os partidos da oposição não deixarão de dar o seu contributo”, respondeu. A mesma opinião foi partilhada por Nuno Magalhães, também antes de conhecer a posição do PS: “Espero que a oposição participe.” 

 
 
 
 
 

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