Comissão de Verificação decide incógnita dos votos nulos na Madeira

Votos nulos estão a ser revistos. Se a CDU conseguir validar cinco votos, o PSD perde a maioria absoluta.

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AFP/HELDER SANTOS

A CDU ficou a cinco votos de eleger o terceiro deputado e, para o coordenador regional dos comunistas, Edgar Silva, eleger esse representante significa “resgatar” esses cinco votos nesta terça-feira e “retirar a maioria absoluta” que o PSD por uma margem de um deputado. O desfecho será revelado no final do dia, segundo João Almeida da Comissão Nacional de Eleições (CNE), após terminada a comissão de verificação da Assembleia de Apuramento Geral de votos que se reúne nas instalações do Palácio de São Lourenço (representação da República).

Na análise aos boletins nulos e protestados em mesa, presidida por um juiz de comarca, estarão presentes não só membros da CNE como também dos partidos e coligações candidatos às regionais do passado domingo e que atribuíram a maioria absoluta ao PSD, com 24 deputados num total de 47.

Edgar Silva frisou que no caso de a CDU-M conseguir validar cinco votos, os sociais-democratas perderão a maioria absoluta, porque é "o que resulta do método de Hondt, já que o último deputado eleito foi o 24.º do PSD".

"Dentro dos votos nulos, muitos são da CDU", especificou o Ministério da Administração Interna, citado pela Lusa. Se cinco votos forem validados, "não há uma outra hipótese, o PSD perde a maioria", avançou. Porém, Miguel Albuquerque não acredita que o quadro de resultados se altere. E em entrevista ao PÚBLICO recusa tecer qualquer comentário sobre quadros hipotéticos. Mesmo assim, ficou claro que não governaria sem maioria absoluta.

Fazendo a média dos votantes por partido, conclui-se que para cada um dos deputados do PSD eleitos foi necessário votarem 2362 pessoas, enquanto um deputado do Bloco de Esquerda, precisou de 2429. Para um deputado da Coligação Mudança (que reunia o PS e pequenos partidos de esquerda), foram necessários 2432. Já o CDS precisou de 2502 votos, ao passo que a JPP (Juntos Pelo Povo) exigiu 2645 por cada deputado. E para a CDU, foram precisos 3541 votantes.

Em síntese, os deputados da CDU e da JPP foram os que exigiram mais votos. De acordo com os dados da secretaria-geral do Ministério da Administração Interna (MAI) foram contabilizados 4353 votos nulos, ou seja, mais 1500 do que nas eleições de 2011, ano em que o valor chegou a 2813.

O PDR de Marinho e Pinto deverá ter contribuído para o avolumar de votos nulos. Apesar de integrar o boletim de voto com mais 11 forças políticas, o Tribunal Constituional não validou a candidatura do PDR. Os boletins estavam impressos, cumprindo os prazos da lei, mas devido à decisão do TC o voto no PDR passou a ser considerado nulo.

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