Comissão de Camarate à espera de auditoria das Finanças ao Fundo do Ultramar

Resultado da investigação deverá ser entregue em meados de Abril.

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Marco António Costa (à esquerda) com Passos Coelho e José Matos Rosa (à direita) no Conselho Nacional do PSD em 2010 Nuno Ferreira Santos (arquivo)

A comissão parlamentar de inquérito ao caso Camarate espera retomar os trabalhos depois de receber o relatório sobre os documentos do Fundo do Ultramar e da decisão judicial sobre as imagens em bruto que a RTP rejeitou entregar.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da comissão de inquérito, José de Matos Rosa, afirmou que a RTP recorreu para o Supremo Tribunal de Justiça após o Tribunal da Relação de Lisboa ter decidido a favor dos deputados, que reclamam visionar as imagens em bruto da reportagem no local da queda do avião.

O deputado social-democrata disse que a comissão de inquérito, suspensa desde o final de Novembro, espera pela decisão do Supremo Tribunal de Justiça e do relatório da auditoria a documentos do Fundo de Defesa Militar do Ultramar. O resultado da auditoria promovida pelos inspectores das Finanças deverá ser entregue à comissão em meados de Abril, adiantou.

Em Outubro, a comissão de inquérito tinha recorrido ao Tribunal da Relação de Lisboa depois de a RTP recusar aos deputados a visualização das imagens em bruto recolhidas na noite da queda do avião. O conselho de administração da RTP alegou então que segue o princípio de "não disponibilizar a terceiros" imagens que considera estarem ao abrigo do sigilo profissional e protecção de fontes de informação. "Acho estranho a RTP ter esta posição", afirmou Matos Rosa, frisando que a comissão esperará pela decisão judicial.

A 10.ª comissão parlamentar de inquérito ao caso Camarate prossegue os trabalhos da anterior, que visava averiguar as "causas e circunstâncias em que, no dia 4 de Dezembro de 1980, ocorreu a morte do primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, do ministro da Defesa Nacional, Adelino Amaro da Costa, e dos seus acompanhantes".

 

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