CGTP reúne milhares em São Bento e marca nova manifestação para dia 26

Manifestação frente ao Parlamento marcada por pedidos de demissão do Governo e apelos à greve da função pública no dia 8.

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Ao protesto da CGTP juntaram-se cedo os estivadores Rui Gaudêncio
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A polícia observa à distância as movimentações frente à escadaria de São Bento Rui Gaudêncio
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"Eleições já!", uma das muitas palavras de ordem que se ouviram junto à AR Rui Gaudêncio
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Os pedidos de demissão do Governo foram uma constante no protesto Rui Gaudêncio

Falta pouco para as 10h e a mancha de manifestantes já se faz notar em São Bento. Na escadaria da Assembleia há mais polícia do que na manifestação de sábado organizada pelo movimento Que Se Lixe a Troika! Reformados anónimos, da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (Apre!), sindicalistas da Federação Nacional de Professores (Fenprof) e de muitos outros sindicatos afectos à CGTP estão presentes, assim como um grande grupo de estivadores que chegam ao Parlamento escoltados por polícias atrás e à frente.

António Mariano, líder sindical dos estivadores do centro e Sul, é dos primeiros a intervir no palco improvisado montado numa carrinha de mercadorias: "Muitos dos estivadores que estão aqui já foram despedidos. Podem tirar-nos tudo, mas não nos tiram o ‘somos estivadores!’."

À hora a que fala, o Largo de São Bento já está cheio de manifestantes que vieram de todos os lados para dizer um sonoro “não!” ao Orçamento do Estado para 2014, que os deputados se preparam para votar mesmo ali ao lado, lá dentro, no hemiciclo.

Gritos de ordem: “Contra a exploração, exigimos demissão!”; “É preciso, é urgente, correr com esta gente!”; “Governo imoral quer dar cabo de Portugal!”.

A contrastar com os muitos cabelos brancos ali presentes, vêem-se também alguns jovens e muitos trabalhadores no activo. Todas as intervenções que se seguem são acompanhadas de mais gritos de ordem. Como o de Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública: “É caso para dizer: fascistas!”

Todas as intervenções apelam à greve da função pública marcada para o dia 8. E em todas elas ressoa o mesmo consenso: o Governo quer acabar com o Estado social e é preciso tudo fazer para travar o ímpeto de quem governa o país.

Agora é o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, quem sobe ao palco improvisado frente à grande escadaria da AR: “Anunciámos para hoje uma grande manifestação e ela aqui está! O povo não está de costas voltadas para o que se passa no Parlamento! Estamos aqui também para exigir a reposição dos feriados!” Hoje é 1 de Novembro, Dia de Todos-os-Santos, que este ano, pela primeira vez, não é feriado nacional.

Arménio Carlos fez ainda saber que a Intersindical está a organizar nova "grande manifestação" em São Bento para o dia 26 de Novembro, data da votação final global do Orçamento do Estado para 2014. O dia 26, "dia nacional de indignação, protesto e luta", vai ainda ser marcado por greves, paralisações e concentrações em todo o país. 

Terminada a intervenção do secretário-geral, foram muitos o que empunharam uma folha de papel A4 onde estavam impressas as palavras "Demissão já!" e um cravo vermelho.
Quanto ao número de manifestantes que se concentraram hoje frente à Assembleia da República, não há números oficiais.

Armando Farias, coordenador da organização das manifestações da CGTP, fala em "muita gente". Já os comissários da PSP com quem o PÚBLICO falou no local apontavam para "mais de cinco mil pessoas".

 
 

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