CDU e PS acusam Portas de "utilização do aparelho de Estado"

Visita ao Alqueva de Paulo Portas, Assunção Cristas e cabeça de lista da coligação por Beja criticada pela oposição.

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Alqueva Rui GaudÊncio

A CDU e o PS acusaram esta quarta-feira o vice-primeiro-ministro e a ministra da Agricultura de "utilização do aparelho de Estado", "oportunismo político" e campanha eleitoral "encapotada" na visita que efectuaram na terça-feira a obras do Alqueva.

Num comunicado enviado à Lusa, a CDU refere que a visita de Paulo Portas e Assunção Cristas, que decorreu "a pouco mais de um mês das eleições legislativas" e contou com a presença da cabeça-de-lista da coligação PSD/CDS-PP por Beja, Nilza de Sena, "representa uma inaceitável utilização do aparelho de Estado para a promoção dos governantes do CDS-PP e de propaganda eleitoral".

Também num comunicado enviado à Lusa, a Federação do Baixo Alentejo do PS considera que a visita "revela falta de decoro e oportunismo político, naquela que é uma forma encapotada de campanha antecipada", e "demonstra falta de respeito pelos baixo-alentejanos, pela região e pelo futuro do interior do país".

Paulo Portas e Assunção Cristas visitaram na terça-feira as obras da Estação Elevatória de São Matias e do Sistema Elevatório das Almeidas, do projecto Alqueva, num investimento total de 48,8 milhões de euros para beneficiar a área de regadio de São Matias, no concelho de Beja, a qual irá abranger um total de cerca de 5.800 hectares.

A CDU e o PS criticam a presença, durante a visita, de Nilza de Sena, que - frisam os comunistas -, "não é nem deputada da comissão de obras públicas, nem eleita pelo distrito".

A CDU acusa os governantes de quererem "agora capitalizar politicamente" com o projecto Alqueva, que "durante muitos anos não defenderam", e contesta que PSD e CDS "façam uso dos meios públicos para campanha eleitoral".

Segundo o PS, o projecto Alqueva "é hoje uma realidade devido ao esforço e empenho dos governos socialistas, por entenderem a importância vital e a estratégica para o desenvolvimento da região, tantas vezes esquecida e ostracizada pelo actual Governo".

Na sua intervenção durante a visita, Paulo Portas considerou o projecto Alqueva "um investimento público do bom" e "produtivo", porque atrai empresas privadas e criação de riqueza, cria oportunidades de emprego e tem "um multiplicador económico altíssimo".

Na actual campanha de rega, o Alqueva já rega 88 mil hectares e, após ficar concluído, no final deste ano, chegará, na campanha de 2016, aos 120 mil hectares previstos no sistema global de rega do projecto.

A conclusão do projecto, inicialmente prevista para 2025, foi revista pelo anterior Governo PS para 2015 e, depois, antecipada para 2013, o que acabou por não ser possível, segundo o actual Executivo PSD/CDS-PP, que, entretanto, assumiu o compromisso de terminar as obras este ano.

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