CDS não colocará "nenhum grão na engrenagem" que ponha em causa acordo tripartido, garante Telmo Correia

Crise política foi o principal tema do Conselho Nacional do CDS que decorreu no Porto.

Foto
Telmo Correia fala de um cenário de "completa boa-fé e de absoluta sobriedade" João Matos

Com Paulo Portas longe do olhar dos jornalistas, o Conselho Nacional do CDS debateu terça-feira de madrugada, no Porto, a crise política que se abriu no Governo com o inesperado pedido de demissão do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, com a maior parte das intervenções a garantirem que o partido não colocará "nenhum grão na engrenagem" para chegar a um acordo.

“As decisões e o sentimento do Conselho Nacional (CN) em relação ao processo que foi aberto por iniciativa do senhor Presidente da República é de total empenhamento, de completa boa-fé e de absoluta sobriedade”, afirmou aos jornalistas o dirigente nacional e líder da distrital do CDS/Lisboa, Telmo Correia, no final da reunião do CN, que se realizou num hotel do Porto.

“As intervenções políticas dos conselheiros são umas mais optimista, outras nem tanto, mas a nossa esperança, obviamente, é que o processo que foi aberto chegue a um bom resultado”, disse Telmo Correia, vincando que “o CDS é favorável a um bom relacionamento institucional. "Nós consideramos que esse relacionamento institucional é essencial e, portanto, nós queremos que este processo chegue a bom termo com sobriedade, com boa-fé e com total empenhamento”, sublinhou.

Satisfeito com a forma como decorreu a reunião do órgão do partido mais importante entre congressos, Telmo Correia deixou a garantia de que o CDS “não introduzirá nenhum grão de areia na engrenagem que possa pôr em causa o acordo” tripartido proposto pelo Presidente da República na semana passada.  “O partido participará no processo de negociação para o acordo de salvação nacional com boa-fé, total sobriedade e empenhamento”, garantiu ainda.

“Nós não introduziremos nenhum grão de areia na engrenagem (…) Queremos que haja um acordo, pensamos que isso é do interesse de Portugal, é do interesse da nossa relação com os nossos credores, achamos que isso é desejável do ponto de vista nacional, portanto esperamos que este processo corra da melhor forma e que haja acordo”, declarou o dirigente nacional, afirmando que o partido se encontra pacificado.

E sobre esta questão disse: "Nunca vi o partido não pacificado. É evidente que o momento político e a situação política que vivemos é um momento para o partido, para os conselheiros nacionais e para os seus dirigentes de natural e lógica preocupação, agora as decisões que o partido tem tomado neste decurso (…) foram quase por unanimidade e não vejo que esse problema possa existir”. “Acho que essa paz existe, essa paz foi assumida por todos os conselheiros nacionais até porque o CDS está neste momento unido e determinado neste mesmo processo”, concluiu.

Durante a reunião do PP foi apresentada uma proposta, cujo primeiro subscritor é conselheiro nacional, Pedro Pestana Bastos, do Movimento Alternativa e Responsabilidade (MAR), que viria a ser aprovada por unanimidade, e que apela ao “patriotismo de todas as forças políticas, ciente de que qualquer entendimento sério envolve espírito de compromisso de todas as partes”. “O Conselho Nacional do CDS acompanhará com esperança, serenidade e empenho as negociações, colocando, sempre, o interesse nacional acima dos seus próprios interesses”, afirma o documento, subscrito por vários conselheiros nacionais do MAR.

Quanto ao próximo congresso, o CN deliberou que será marcado um novo Conselho Nacional para Setembro e que a reunião magna dos democratas-cristãos decorrerá em Outubro.

Sugerir correcção
Comentar